28 maio 2016

AS AVENTURAS E DESVENTURAS (2)


Na Ponta da Areia, começou a ser abatido o edifício que tinha sido construído sobre a zona da antiga Fortaleza de Arenilha.  Mais uma vez uma "obra" é iniciada sem qualquer placa a informar quem é o construtor, o que vai ali ser construído etc. Parece que querem construir ali, entre outras coisas, uma piscina aproveitando os restos da muralha?
Na verdade os abelhudos vila-realenses para que querem saber estas coisas? São pedras, e as pedras nada percebem de negócios.

Entretanto, o que vem a público sobre o Hotel Guadiana já ultrapassa o caricato. Como todos os dias é necessário falar mesmo que seja para nada dizer, dá nisto. Leiam a ver se percebem.




O projecto do Hotel Guadiana foi assinado esta terça-feira, 10 de Maio, pela Câmara Municipal.
Adquirido pelo grupo sul-africano Grand Africa, sabe-se agora que um investimento de dois milhões de euros vai reabilitar o edifício e oferecer a Vila Real de Santo António o seu primeiro hotel de cinco estrelas.
O projecto de requalificação foi assinado esta terça-feira, 10 de Maio, pela Câmara Municipal de Vila Real de Santo António. O grupo Grand Africa vai investir dois milhões de euros numa obra que deverá estar concluída dentro de dez meses — dando tempo mais do que suficiente para o espaço abrir no verão de 2017.
Segunda notícia a 12 de Maio.
O grupo Nira Hotels & Resorts vai explorar o histórico Hotel Guadiana, em Vila Real de Santo António, apurou o Económico.
O montante da operação que marca a estreia do grupo liderado pelo CEO indiano MPS (Manvinder Pal Singh) Puri no nosso País não foi revelado, mas foi ontem anunciado que as obras de recuperação do edifício deverão orçar em cerca de dois milhões de euros.
Será depois dessa requalificação que o Hotel Guadiana, no Verão de 2017, abrirá ao público como o primeiro hotel de cinco estrelas de Vila Real de Santo António. As obra de recuperação do edifício deverão durar dez meses.
O projecto, financiado pelo fundo comunitário Jessica, contempla a renovação exterior e interior do hotel e coloca ainda um ponto final no cenário de degradação de um imóvel que é um cartão-de-visita da frente ribeirinha da cidade e uma referência em termos arquitectónicos.

Nota: mais uma charada à Luís Gomes, o Jessica financia com fundos da UE um hotel  "Adquirido pelo grupo sul-africano Grand Africa", coisa que não consta no Registo Predial?
Mais, o Jessica investe 2 milhões, logo mais dois milhões do Grand África faz 4 milhões.
Mas, "O grupo Nira Hotels & Resorts vai explorar o histórico Hotel Guadiana, em Vila Real de Santo António, apurou o Económico." Os indianos do Nira, de acordo com a notícia, " mas foi ontem anunciado que as obras de recuperação do edifício deverão orçar em cerca de dois milhões de euros." Temos no total 6 milhões!?
Afinal de quem é o hotel? Os sul-africanos vão explorar o hotel em conjunto com os indianos? Não serão os milhões só dois e de dinheiros públicos para dar o tal hotel de 5 estrelas prontinho aos privados?
Será que um hotel de luxo só por si transforma um concelho sem cinema nem uma sala média de concertos num concelho com projecção cultural?
E para terminar a notícia de hoje, dia 28 de Maio no Correio da Manhã.

Esta notícia confirma o que há anos a AMA, sozinha,  vem denunciando, uma gestão incompetente, irresponsável  e ruinosa para o concelho, autêntica calamidade pública. A dívida sempre a aumentar, 129 milhões, e tudo tem de ser vendido para a pagar, até a água.

20 maio 2016

AS AVENTURAS E DESVENTURAS DO HOTEL GUADIANA


AS AVENTURAS E DESVENTURAS DO HOTEL GUADIANA





O Hotel Guadiana, inaugurado em 1923, encerrou em 1987. Recuperado reabriu em 1992 e  devido a gestão fraudulenta voltou a encerrar portas em 2007.

Não pomos em causa o hotel propriamente dito, mas o local onde foi erigido alterou e adulterou a frente ribeirinha pombalina entre os torreões Norte e Sul.

Lamentamos o seu prolongado encerramento e a degradação consequente, a perda de  postos de trabalho que motivou, assim como os prejuízos ao comércio e à economia da cidade.

Entretanto a recuperação e reabertura do Hotel Guadiana tem servido para doses maciças de promessas e demagogia há vários anos.

Recordamos algumas.

- 24/12/2009, HOTEL GUADIANA EM VIAS DE PASSAR PARA A ALÇADA DA CÂMARA.

O Presidente da câmara municipal já advertiu que se o proprietário não reabrir o emblemático hotel, a autarquia avançará para a posse coerciva;

- 21/10/2010, O Hotel Guadiana será um hotel design, a Praça Marquês de Pombal albergará um hotel de "charme". O Passeio de Santo António, ao longo do rio, será rematado por um edifício hoteleiro de vinte e cinco andares;

- Abril/2012, Foi aprovada em reunião de câmara, no passado dia 6 de Março, a classificação do Hotel Guadiana como "Edifício de Interesse Municipal".

Depois desta classificação, e ao que o JBG conseguiu apurar, não está em cima da mesa nem a posse administrativa, nem a expropriação do edifício por parte da autarquia, até porque são processos altamente dispendiosos, o que em tempo de crise não tem encaixe financeiro nas contas municipais;

- 21/Maio/2015, Há investimentos, o Hotel guadiana vai ser requalificado.

Assinei o despacho para lançar o concurso público para a requalificação do hotel Guadiana. A Câmara Municipal expropriou o hotel ... e encontrámos um grupo de capital sul-africano onde está um empresário português e outro norte-americano que vão agarrar o hotel para o explorar. Vamos fazer uma concessão da unidade hoteleira ao grupo Grande Hotel por 25 anos.

Afinal, depois de tantos planos de pormenor, de tantas promessas de hotéis de "design", de "charme" e de 5 estrelas, e de interessados investidores estrangeiros, o Hotel Guadiana irá ser recuperado com  ajuda de fundos comunitários através do Programa Jessica, isto é, com fundos públicos europeus para depois ser posto ao serviço de privados .

Falta saber se a recuperação será total o que implica também o rés-do-chão actualmente ocupados por comércio e banca, e o pagamento de indemnizações. Em 2012 não havia expropriação por ser um processo "altamente dispendioso", e agora foi barato?

Outra interrogação: se houve expropriação por "utilidade pública" esta é "Provisória por Natureza" como consta na Conservatória do Registo Predial. O caso está em tribunal que decidirá certamente qual o valor a pagar pelo bem expropriado.

Mas esta situação nunca é falada, é escondida; intencionalmente ?. Caso a expropriação seja pesada teremos mais um problema a juntar à já pesada dívida da autarquia (ou será da SGU?).