04 abril 2014

INFORMAÇÕES


Algumas informações pois não só do combate às maldades camarárias nos preocupamos. A Quercus faz

29 anos e merece ser saudada pela sua tenacidade na defesa do património ambiental português.

Tomou posição sobre a Reserva do Sapal que também é de VRSA com a qual concordamos no

fundamental, para que não venha a acontecer no Sapal algo semelhante ao que se está a passar na Lagoa

dos Salgados ou aconteceu na Quinta da Rocha em Portimão.

Os apetites são conhecidos e são as associações ambientais e cívicas que travam estas batalhas contra os

poderes locais e os interesses especulativos, com meios limitados, muita coragem e carolice por gostarem


do seu país. 





A associação ambientalista avaliou reserva natural algarvia por ocasião do seu 39º aniversário, que se celebrou nesta quinta-feira
A Quercus requer que se implemente a monitorização de espécies exóticas e uma maior vigilância e verificação da conduta dos visitantes na área da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, no Algarve. O resultado da avaliação feita pela associação ambiental propõe também que se aposte na promoção activa do turismo de natureza.
Em comunicado, a Quercus considera que a invasão da reserva por espécies exóticas e a proliferação de cães vadios pode aumentar se nada for feito. A associação realça ainda que as características desta zona tornam-na atractiva para a caça e pesca ilegais, uma maior pressão urbanística e turística e a conversão das salinas históricas em tanques para aquacultura intensiva.
A Quercus propõe que se incentive o turismo rural, com a contratualização da gestão de estruturas de visitação, na agricultura biológica, na valorização da pesca artesanal e da produção de peixe em regime extensivo, sem alterar a morfologia das antigas salinas e com financiamento da baixa produtividade para produção de peixe de qualidade, bem como na certificação de produtos regionais. 
Esta área tem sido afectada por alterações que perturbam o seu ciclo natural e pela elevada taxa de mortalidade da avifauna, provocada pelo embate em linhas de transporte de energia. É necessário, segundo a associação, uma melhor sinalização destes cabos e, se possível, a sua relocalização.
Com a criação da Reserva Natural, algumas medidas foram implementadas para aumentar os valores de conservação do património natural desta área, como a interdição do exercício da caça e a inserção na Lista de Sítios da Convenção de Ramsar, que inclui todas as zonas húmidas de importância internacional. Foram, também, adoptadas formas para valorizar a economia local, apostando, por exemplo, na certificação do sal marinho e da flor de sal de Castro Marim.
A Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António possui uma fauna diversificada, onde se destacam espécies estuarinas e migradoras, como a dourada e o robalo, e espécies dulciaquícolas. É ainda local de passagem de avifauna, com registos de ocorrência de 169 espécies regulares e 17 espécies que ocorrem de forma ocasional, na sua maioria aves aquáticas com elevado valor de conservação, como o flamingo, o alfaiate, o alcaravão e a andorinha-do-mar-anã. Encontram-se ainda registadas 462 espécies de plantas.
CONTESTAÇÃO JUDICIAL NA LAGOA DOS SALGADOS
Seis associações ambientalistas (SPEA, A Rocha, Quercus, GEOTA, LPN e Almargem) apresentaram, em fins de
Janeiro, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé uma “acção administrativa especial de impugnação de acto
administrativo” contra o Ministério do Ambiente e o Município de Silves. O primeiro porque aprovou em 30 de Outubro de 2013 uma Declaração de Impacto Ambiental condicionada mas favorável ao avanço do projecto de urbanização da Praia Grande. A segunda
porque aprovou, em 7 de Dezembro de 2007, o respectivo Plano de Pormenor, em 7 de Março de 2012, o respectivo contrato de desenvolvimento urbano.Em causa, como se sabe, está o mega-empreendimento turístico da Lagoa dos Salgados que se propõe instalar 3 hotéis, 2 aldeamentos, zonas comerciais um campo de golfe, contabilizando mais de 4 mil camas, numa área de grande interesse para a conservação da natureza, conhecida já em todo o mundo sobretudo através da sua importância para a avifauna. No decurso normal do processo judicial, os dois citados “réus” foram já convidados a contestar a referida
acção, o que ambos fizeram. No caso do Município de Silves a contestação foi aprovada, em 12 de Março de 2014, apenas pela maioria PS-PSD no executivo municipal e com os votos contra da actual presidente e restantes vereadores da CDU, coligação que governa a Câmara mas em minoria. Nada que seja para admirar, tendo em conta a posição claramente favorável ao mega empreendimento por parte do anterior executivo PSD e dos responsáveis locais do PS. Este é apenas o primeiro passo
de uma difícil batalha judicial que implica o apoio técnico de um advogado, com os custos inerentes e que terão
de ser repartidos pelas seis associações. Mais uma razão para que os sócios e amigos da Almargem estejam cada vez
mais presentes e apoiem a sua associação, nomeadamente através do pagamento das quotas anuais.

OS 40 ANOS DO 25 DE ABRIL
No próximo 25 de Abril celebram-se os 40 anos de uma Revolução que mudou Portugal e, entre muitas outras coisas,
permitiu o florescimento do movimento associativo ambientalista. Na verdade, já existia então uma associação
ambientalista, a LPN, fundada em 1948 sobretudo por professores universitários, em resposta ao apelo do poeta
Sebastião da Gama para preservação da Serra da Arrábida, e que conseguiu sobreviver mantendo-se afastada do
movimento de contestação ao regime ditatorial. Alguns dos seus membros foram, no entanto, muito importantes ao
influenciar as escassas conquistas que foi possível ir fazendo antes de 1974, nomeadamente a constituição de uma
Comissão Nacional de Ambiente ou a criação do ainda hoje único Parque Nacional português, na Peneda-Gerês,
ambos em 1971, no âmbito da preparação da Conferência de Estocolmo em 1972. Está por fazer a história do movimento
ambientalista em Portugal e, em especial, no Algarve. Este é um desafio que aqui deixamos para quem tenha
gosto e disponibilidade para tal, pois possuímos algumas bases documentais importantes para levar a cabo esse
ambicioso projecto. Entretanto, vamos comemorar estes 40 anos de liberdade com um almoço a realizar no dia 25 de
Abril, para o qual convidamos desde já todos os nossos associados.

SUPREMO TRIBUNAL ESPANHOL ORDENA DEMOLIÇÃO DE MEGA-EMPREENDIMENTO
Em fins de Janeiro, o Supremo Tribunal de Justiça de Espanha, confirmou a sentença de 2011 do Tribunal Superior
da Extremadura que considera ilegal o mega-empreendimento turístico Marina Isla de Valdecañas, situado numa
ilha da barragem de Valdecañas no Rio Tejo (Cáceres), por ele se encontrar dentro de um espaço protegido pela
legislação espanhola e europeia como Rede Natura 2000, obrigando para mais
o promotor a repor a situação original nos terrenos já intervencionados e construídos.
O projecto prevê a instalação de dois hotéis, 300 moradias e uma marina
em volta do inevitável campo de golfe. Utilizando a prática tão usual do
facto consumado, algumas das moradias estão já construídas e a ser vendidas
desde há dois anos, a preços que rondam os 500 mil euros, e um dos hotéis já
funciona em pleno.

6 comentários:

  1. o 25 de abril de pouco ou nada serviu

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  2. A Mata Nacional de Vila Real de Santo António e Castro Marim, tem vindo a ser sugada pelos predadores do imobiliário tal não seria possível se não contassem com bons amigos nas autarquias e na máquina do Estado, que lhes abrem as portas a troco de quê???
    Tenho que reconhecer o esforço meritório e desigual que as Associações Ambientalistas travam, qual seria a realidade se não fossem elas???

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  3. TEMOS PAEL

    Foi aprovado hoje o PAEL de VRSA. Agora é que o espectáculo vai começar com os despedimentos que a autarquia e a SGU terão que fazer...

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  4. Sugiro a quem tenha conhecimento das condições impostas pelo Tribunal de Contas para aprovação do PAEL, que as dê a conhecer neste blogue, pois quem tiver conhecimento desta aprovação apenas através do "site" da Câmara, fica convencido de que se tratou de um empréstimo normal.
    Devemos também ter em consideração que o empréstimo bancário num montante aproximado de 33,3 milhões de euros, anunciado no "site" da Câmara, está sujeito às mesmas condições do PAEL.

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  5. Li hoje no “site” da Câmara a informação dada pelo Gabinete de Comunicação Social, que o Tribunal de Contas dá luz verde ao PAEL de VRSA.
    Como não foi por obra e graça do Divino Espírito Santo que a autarquia chegou à situação económico-financeira actual, e da leitura da referida informação se conclui que também não foi obra do actual presidente, uma pergunta se impõe: quem teria sido então o incompetente (ou incompetentes) que deixou (ou deixaram) chegar a autarquia a esta situação económico-financeira, que ainda recentemente foi equiparada pelo actual presidente, como equivalente a “um doente em fase terminal”?

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  6. No comentário de 27 de Abril de 2014 às 17:27 pergunta o comentador: “que culpa tem quem vem depois deste sr. de pagar as aberrações e devaneios”.
    Meu amigo, a culpa é precisamente de quem vem depois do actual presidente, que durante o reinado deste nada têm feito para impedir o que chama de aberrações e devaneios.
    Refiro-me aos partidos da oposição que, ou entraram de férias e de vez em quando vêm ver a família, ou simplesmente hibernaram!
    O que nos vale é haver a AMA para irmos tendo conhecimento das aberrações e devaneios, e da sua actividade na denúncia das ilegalidades cometidas pelo actual poder autárquico.

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