O Melro sempre teve popularmente fama de esperto, quando se quer elogiar a esperteza de alguém diz-se "é um melro!".
Talvez seja por isso que o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas resolveu, sem ninguém lhe ter pedido, abrir a caça ao melro retirando a protecção a esta ave, permitindo que cada caçador possa abater 40 melros dia. A inteligência sempre foi perigosa.
As associações de caçadores já vieram a público afirmar que não pediram nada e não concordam com tal permissão.
Várias organizações ambientalistas protestaram, foi apresentada queixa a Bruxelas e na net pode assinar a petição "Diga não à caça ao melro", simpática ave que enche os fins de tarde com a sua melodia.
Ainda um dia destes este "desgoverno" em gestão abre a caça à andorinha.
Já que estamos a falar de ambiente e com a troika sobre as nossas cabeças é bom informar que também neste campo se impuseram medidas e prazos a cumprir. Exemplo de algumas:
- a eficiência energética terá de atingir os 20% até 2020;
- o saneamento básico deve estar concluído até 2013;
- a reciclagem o mesmo (hoje só 25% dos lixos orgânicos vão para aterros);
- a poluição do ar tem de diminuir e têm de ser tomadas medidas contra os riscos de poluição no litoral, inundações e desertificação.
E, sublinhamos, tem de haver cortes nas empresas municipais e sua redução.
É triste ver que são os de fora que determinam os objectivos que devemos ter e quanto tempo nos dão para os alcançar.
Mais, até fazem contas aos estragos que causamos por incompetência e por inércia.
A Santa Casa da Misericórdia podia fazer um totoloto sobre o programa da troika, com todos os objectivos e prazos, e o pessoal apostava se os governos conseguiam ou não cumprir os ditos.
Era interessante e instrutivo, e punha a nu a capacidade, ou a falta dela, da nossa governação.
Certamente aumentariam os gritos de "misericórdia", que mal é que fizemos para tão cruel castigo!?
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