28 setembro 2011

Em Defesa da Mata e Contra o Encerramento do Parque Campismo de Monte Gordo


A QUEM PERTENCEM OS TERRENOS ONDE ESTÁ
O PARQUE DE CAMPISMO DE MONTE GORDO?

A AMA Ass. Amigos da Mata e do Ambiente - Vila Real de Santo António, após tomar conhecimento da proposta de Plano de Pormenor para os terrenos do Parque de Campismo de Monte Gordo, e posteriormente da hasta pública promovida pela SGU (empresa municipal pertença da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António), com o objetivo de alienar/vender duas parcelas de terreno onde se encontra localizado o Parque de Campismo, vem publicamente afirmar o seguinte:
1. Para o dia 29 do corrente mês, está marcada uma Assembleia Municipal para discutir e votar a proposta de Plano de Pormenor para a Zona Nascente de Monte Gordo, terrenos onde se encontra o Parque de Campismo, arruamentos e caminhos circundantes do mesmo.
2. A SGU marcou uma hasta pública para o dia 14 de Outubro, próximo mês, para alienar, duas parcelas de terreno que integram o Parque de Campismo de Monte Gordo, neste momento decorre o período de apresentação de propostas.
3. A Câmara vendeu à SGU as duas parcelas de terreno por 38 milhões de euros, dos quais foram pagos 14 milhões e a SGU ficou a dever 24 milhões de euros à Câmara. Agora a SGU pôs à venda (hasta pública) as mesmas duas parcelas por 23,4 milhões de euros. A proposta de Plano de Pormenor diz que as parcelas valem 6,7 milhões de euros, e que depois de infra-estruturadas poderiam gerar um lucro de cerca de 13 milhões de euros. Qualquer leigo vê que estes números não batem certos uns com os outros.
4. Mas a questão principal é a propriedade do terreno onde está o Parque de Campismo, a quem pertencem realmente os referidos terrenos?
5. Durante a discussão pública da Proposta de Plano de Pormenor dos terrenos do Parque de Campismo, a nossa Associação tomou posição, e no que se refere à titularidade dos terrenos dissemos o seguinte:
“ A Câmara Municipal apresentou um título de propriedade que nos levanta algumas dúvidas quanto à sua legalidade e legitimidade. Esse título de propriedade foi obtido através de uma Escritura de Usucapião feita no Porto, alegando para o efeito o extravio dos documentos de aquisição e a posse há mais de 50 anos de todo o terreno ocupado pelo Parque de Campismo o que nos parece não corresponder à verdade, visto existirem documentos na Câmara datados de 1957 que devem identificar a área do Parque de Campismo naquela data, além disso existe uma cedência bastante grande para ampliação do Parque de Campismo com data posterior à década de 1950. Foi por isso solicitado às entidades competentes informação acerca das cedências, áreas e tipo de cedências feitas ao longo dos anos à Câmara Municipal de Vila Real de Santo António para construção e ampliação do referido Parque”.
6. O Decreto-lei n.º 41311 de 8 de Outubro de 1957, autoriza a Direcção Geral da Fazenda Pública a ceder a título definitivo à Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, duas parcelas de terreno das matas nacionais, sendo uma delas com 194.000 m2 à expansão urbanística de Monte Gordo, designadamente a construção de moradias, arruamentos, mercado, parque de jogos e de campismo. A cessão das referidas parcelas ficará sem efeito desde que às mesmas seja dada aplicação diversa daquela a que se destinam. Esta cessão efectuar-se-á por meio de auto, a lavrar na Direcção de Finanças de Faro, e fica isenta de impostos de sisa e selo.
Se forem consultadas as actas da época encontra-se lá a deliberação sobre este assunto e a planta sobre a área cedida. A parcela registada como tendo 98.992,05 m2. terá necessariamente de fazer parte da área cedida
7. Um documento existente na Reserva do Sapal, diz na sua página 16 “ A 23 de Julho de 1974 foi autorizada à Câmara Municipal a utilização de uma parcela de terreno com 5,300 hectares (talhão 6), destinado ao alargamento do parque municipal de campismo, até ao aceiro de Francisco Luís. (5,300 hectares = 53.000 m2). Este documento refere as cedências de terrenos da mata desde o século XIX até 1979.
8. No ano de 2007, numa publicação feita pela Câmara Municipal, Título: Parque de Campismo de Monte Gordo 1957-2007, da autoria do Prof. Hugo Cavaco, quando o parque de campismo comemorou os seus 50 anos de existência, refere a inauguração em 28 de Maio de 1957 com a presença do Sr. Presidente da Câmara (José Victor Adragão). Refere que em 1977 verifica-se um substancial alargamento do Camping de Monte Gordo, alcançando a superfície delimitada pelo Parque os 130.000 2. Melhoramentos múltiplos foram efectuados, o que permitiu o aumento da lotação para 2060 pessoas, verificando-se no Verão um quadro de pessoal com mais de 40 funcionários. Em 2006 foram efectuados melhoramentos estruturais e prometia-se continuar a efectuar significativos investimentos.
9. Estes dados permitem concluir que a área inicial era de 130.000 -53.000=77.000m2 e não 98.992,05m2, como é afirmado pelo Sr. José Carlos Costa Barros na qualidade de Vice-Presidente e em representação da Câmara de Vila Real de Santo António na Notária Maria do Rosário da Costa Gomes no Porto, assim como os 46.249,50 m2 nunca foram comprados ao Estado Português pela Câmara Municipal de Vila Real de Santo António. Não podemos deixar de referir que o Sr. José Carlos Costa Barros antes de exercer funções autárquicas era responsável na Reserva do Sapal, entidade com jurisdição na Mata de Vila Real de Santo António.
10. O título de propriedade da a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, referente a duas parcelas com uma área total de 145.241,5m2, está ferido de legalidade, visto ser baseado em afirmações que não correspondem aos elementos oficiais existentes e citados. Além disso a área de intervenção do Plano de Pormenor é ampliada para 167.450m2.
11. Tivemos a oportunidade de dizer que “ A proposta apresentada, no nosso entender, não reúne os pressupostos legais e técnicos para ser viabilizada. Deverá ser retirada para que seja reformulada e que em simultâneo se estude/apresentem projecto (s) para o novo Parque de Campismo e se desencadeei a necessária discussão democrática que estes assuntos merecem.
12. Os responsáveis autárquicos e assessores técnicos ignoraram os nossos argumentos e fundamentos, apresentando à Assembleia Municipal a proposta que foi posta à discussão pública e que contou somente com a participação da nossa Associação.
13. A discussão e deliberação sobre a proposta do Plano de Pormenor da Zona Nascente de Monte Gordo na Assembleia Municipal de Vila Real de Santo António deve levar em atenção as questões por nós levantadas, pois só nos move os reais interesses do nosso concelho, a defesa do valioso património público que é a nossa Mata, e a continuação de condições para que milhares de veraneantes possam continuar a visitar-nos anualmente, com os reflexos positivos na economia do concelho, e a salvaguarda de algumas dezenas de postos de trabalho.
14. Caso o Plano de Pormenor venha a ser aprovado como está, ignorando os factos apresentados, e a haste pública se mantenha, os eleitos municipais não poderão alegar mais tarde que não tinham consciência do que estavam a votar.

Vila Real de Santo António, 25 de Setembro de 2011

27 setembro 2011

Pôr a Antiga Escola da Manta Rota ao Serviço da População


EM DEFESA DO PATRIMÓNIO MUNICIPAL
DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO
NÃO PODE NEM DEVE PASSAR A SER PARA CONSTRUÇÃO PRIVADA
O TERRENO DA ANTIGA ESCOLA DO 1º CICLO DA MANTA ROTA

A AMA – Associação Ambientalista de Vila Real de Santo António, após tomar conhecimento da proposta de alienação do terreno onde até Junho do corrente ano funcionou a Escola do 1º Ciclo da Manta Rota, apresentada pelo do executivo municipal, para discussão e deliberação na Assembleia Municipal que se realiza no próximo dia 29 de Setembro, vem expor o seguinte:
1. Até 1990 a freguesia de Cacela tinha somente o1º Ciclo como ensino normal, o 2º ciclo era através da telescola, para frequentar o 3º ciclo os estudantes tinham que ir para Vila Real de Santo António.
2. Com a criação da escola nova, Cacela passou a ter ensino até ao 9º ano.
3. Manta Rota tinha uma escola do 1º ciclo, até Junho deste ano.
4. As entidades responsáveis entenderem que era melhor para as crianças que frequentavam a escola da Manta Rota, que passassem para a escola de Cacela, que tem ensino do 1º ao 9º ano, com instalações de qualidade.
5. Com a ida dos alunos da escola da Manta Rota para a escola de Vila Nova de Cacela, as instalações da Manta Rota ficaram desocupadas.
6. Vila Nova de Cacela é uma freguesia necessitada de equipamentos colectivos, por exemplo, os seus idosos são deslocados para a Casa do Avô de Monte Gordo, havendo necessidade de transportá-los diariamente, o que origina transtornos, tanto no verão como no inverno.
7. Pela localização do espaço e disponibilidade do mesmo, parece-nos que seria uma das hipóteses a ser equacionada para utilização do espaço agora disponível.
8. Deveriam ser ouvidos os autarcas de Vila Nova de Cacela, o executivo municipal não pode nem deve tomar decisões deste tipo de forma unilateral sem consultar democraticamente as populações.
9. Já em 2009 a SGU, empresa municipal cujo presidente é o Sr. Luís Gomes, informa nos seus documentos que está a atingir-se o limite da capacidade da Casa do Avô dos dois equipamentos localizados em Vila Real de Santo António e em Monte Gordo, a qual era de 65 lugares e já estavam com uma lotação de 85%, tinham 55 utilizadores. O que permite supor que neste momento deve ter-se atingido o limite ou estar-se lá perto.
10. A freguesia de Vila Nova de Cacela necessita daquele equipamento público, que deverá servir para a casa do avô e outros usos compatíveis. As dificuldades financeiras da Câmara, que ela própria criou, não podem ser usadas para vender ao desbarato equipamentos públicos que podem ser requalificados para actividades sociais e culturais.
11. Os responsáveis autárquicos não devem ignorar os direitos daqueles que depois de uma vida de trabalho, sofrimento e dificuldades, merecem que nos seus últimos anos sejam minoradas as grandes dificuldades que sofrem.
Vila Real de Santo António, 26 de Setembro de 2011

25 setembro 2011

AFINAL PARA QUE SERVEM!

No Jornal do Algarve de 22 de Setembro leio que o PSD Algarve está a preparar um conjunto de conferências, e a primeira realizada agora foi sobre o ordenamento do território e o seu papel no desenvolvimento económico, e presidida pelo Luís Gomes.
Foi há dias em Mérida um congresso, dentro de dias outro congresso sobre o iluminismo, agora esta conferência, e fico um pouco perplexo, eu que nada tenho contra congressos, conferências, seminários, debates, encontros, palestras ou o que quiserem chamar às formas como as pessoas se reúnem para discutir ou falar sobre temas ou assuntos.
Perplexo dado que não vejo resultados palpáveis de tanta azáfama, e pergunto - afinal o que é que andam a discutir e a concluir nestes "trabalhos" se a prática continua a ser totalmente diferente da teoria?
Na conferência referida, diz o jornal, que o Srº Secretário de Estado do Ambiente afirmou que o ordenamento do território é uma arma fundamental para a economia nacional e que se estivesse bem articulada o país poderia ser mais rico do que é actualmente.
Por minha culpa não é, mas que raio por que não está ainda "bem articulada" tal arma?
Nós olhamos à nossa volta e reparamos que o desordenamento é muitas vezes a regra, e não me venham com a cantiga, como foi dito, que é a burocracia que "é uma teia labiríntica tão complexa" que trava o investimento. Quase que agradeço a essa teia, pois se com tantos entraves o resultado é o que se vê, o que seria se tudo fossem facilidades, já não era desordenamento, seria o caos.
Cá para mim o desordenamento beneficia alguém, pois se não desse lucro não seria consentido, e acarinhado como se percebe.
Claro, foram também debatidos os Planos Directores Municipais (PDM), e acusada a outra vez a burocracia pelo atraso na sua aprovação. Fico confuso, é necessário despedir funcionários pois o Estado tem gente a mais, gente é a tal gordura, depois tudo anda devagar por falta de quadros, de técnicos, de fiscais etc., e quando vamos a qualquer repartição a maior parte dos guichets estão fechados e penamos imenso tempo para sermos atendidos.
Penso é que os PDM são uma grande desculpa, são de propósito deixados fora de prazo e depois através de planos de pormenor vão-se fazendo todas as alterações e negociatas e colocando as pessoas perante factos consumados, assim já não há violações do PDM.
Depois podemos colocar hotéis de charme em zonas habitacionais, condomínios de luxo em áreas protegidas, pavilhões cobertos em áreas destinadas ao desporto ao ar livre, e até enfeitar os planos de pormenor com ruas cheias de árvores nas quais não há espaço para tal fim, ou encher de zonas verdes o papel e depois de betão o terreno etc.
Que bonito é fazer congressos!


22 setembro 2011

ILUMINISMO


  • Tomei hoje conhecimento, por acaso, que em Mérida está a decorrer neste momento o IV Congresso da Rede para a Promoção das Cidades Médias da União Europeia, a qual é presidida pela Câmara de VRSA.
  • O Tema desta reunião é a "Mobilidade Sustentável em Cidades Médias".
  • Pondo de lado a polémica se VRSA é uma cidade média (O que será então uma cidade pequena?), leio numa extensa informação, entre outras coisas, que esta rede pretende influenciar decisões a nível nacional e internacional, logo quer ser um lobby e presidido pela nossa câmara, nem mais. Ficamos à espera de boas notícias para VRSA de um lobby tão poderoso.
  • Claro que a rede não se fica por aqui, quer reforçar a cooperação entre estas cidades, em estudos e troca de experiências (o que será que irão contar!), no planeamento e na gestão das cidades e quais as "melhores práticas", apostar no desenvolvimento sustentável e na melhoria da qualidade de vida.
  • Bonito! Gostei.
  • Daqui a dias começa outro congresso, de 6 a 8 de Outubro, o VIII Congresso das Cidades e Entidades do Iluminismo, no Centro Cultural António Aleixo, com a presença, segundo consta, do Presidente Cavaco Silva, certamente para apadrinhar a boa gestão camarária cá do burgo.
  • E, como se esperaria, o referido congresso iluminista, da Associação Internacional de Cidades e Entidades do Fórum do Iluminismo, será presidido pela Câmara de VRSA.
  • Os trabalhos irão reflectir "sobre os obstáculos e as novas oportunidades económicas, sociais e habitacionais que hoje se colocam num equilíbrio que se procura entre práticas de manutenção e rentabilização na recuperação do património edificado dos centros históricos e a inserção destes espaços na economia de cada cidade ou país". Uf!, isto é que é falar.
  • Que saiam todos iluminados para nosso bem, são os nossos votos.

20 setembro 2011

FLORESTAS E JARDINS

Agora que a crise causada pelos irresponsáveis que nos têm governado aperta e de que maneira, empurrando milhões de portugueses da pobreza para a miséria, descobrem o valor da natureza depois de terem assassinado milhares de hectares de matas e zonas de reserva natural ao betão e à especulação dos solos.
Vemos manifestos a favor da promoção da floresta, a recordar que a mesma representa 10% das exportações portuguesas, a salientar a sua importância para o turismo, a economia e para as actividades de lazer.
Assistimos a hoteleiros e comerciantes a pedir que a Reserva Natural do Sapal seja "mais aberta ao turismo".
É possível hoje este súbito amor à natureza e à sua importância económica por ter havido quem se tenha batido pela sua preservação, apesar de caluniados precisamente pelos que agora recorrem a ela procurando o seu generoso amparo.
Basta ver os planos de pormenor que este blogue tem divulgado e criticado, os quais entre outras coisas insistem em fazer novas estradas dentro da Mata Nacional ou na Reserva do Sapal, para certamente abrir caminho a novas urbanizações com consequências desastrosas para o ambiente.
No Jornal do Algarve do dia 15 de Setembro, são postos em haste pública os terrenos do actual Parque de Campismo, que ainda por cima dá lucro à Câmara. O plano de pormenor em questão nem sequer ainda foi aprovado. Neste blogue o assunto já foi referido e explicado que todo este processo é nebuloso e duvidoso quanto à sua legalidade, que começa com uma escritura por usucapião feito num notário do Porto.
Na verdade somos um país que não ama a natureza mas está cheio de "jardins", de buracos nas contas, de prepotentes que tratam dos bens públicos como se fossem seus donos, que gozam com a democracia, que se sentem impunes pois não há lei que puna a violação dos deveres básicos dos eleitos que, infelizmente em muitos casos, são eleitos e reeleitos apesar de se conhecer que são mentirosos, aldrabões e vigarizam os dinheiros públicos.
Temos uma sociedade passiva que tudo aceita, os partidos a nível local estão calados, poucos são os que se atrevem a levantar a voz.

17 setembro 2011

POSIÇÃO DA AMA SOBRE ALGUNS COMENTÁRIOS

Podemos compreender algumas manifestações indignadas publicadas neste blogue sobre comportamentos pessoais de pessoas públicas.
Lamentamos ter de os eliminar, não por falsa moral, mas este blogue tem por finalidade falar dos problemas do nosso concelho e não de questões pessoais.
Outra coisa é a crítica a comportamentos públicos, à gestão autárquica, ou a propostas de planos de pormenor, essas sim salutares e necessários em democracia.
AMA

15 setembro 2011

DESTRUIR E DEPOIS PENSAR

O PSD do Algarve vai debater "o ordenamento do território e das cidades: recursos para a recuperação económica do Algarve".
Confesso que fico curioso à espera das conclusões, não por a conferência ser do PSD, podia ser um outro, mas depois de tantas conferências, encontros e congressos olhamos à nossa volta e não percebemos afinal para que serviram.
O que constatamos é que a nível económico se regrediu nas pescas, na agricultura, na indústria, estamos mais endividados e pobres, o turismo ainda é o que mexe apesar de tanto mal lhe terem feito. Que recursos então para recuperar o Algarve?
Em relação ao ordenamento do território e das cidades dá vontade de rir caso o assunto não fosse grave. Na maior parte dos casos o ordenamento virou caos e negócio, prédios sobre prédios, frequentemente feios, sem nada a ver com a região, perdendo-se identidade, amontoando-se os carros por falta de planeamento estimativo para o parqueamento necessário, sem zonas verdes ou equipamentos sociais perdoados aos construtores e o mais que se sabe. E agora?, como vão reordenar a confusão.
Ainda hoje lendo os jornais do dia damos com notícias que demonstram que não aprendemos nem queremos com os erros. Exemplos: A Câmara de Almada decidiu construir um bairro social nas Terras da Costa, área de mais de 200 hectares considerados dos melhores solos agrícolas do país; A Liga de Protecção da Natureza e a Quercus denunciam a Câmara de Oeiras por andar a abater árvores desnecessariamente; a Câmara da Amadora vai criar estacionamentos no lugar onde está uma horta. Conferências, congressos, ordenamento?, para quê?
Ficamos também a saber que o novo governo vai fundir organismos e criar uma mega-agência para a água e o ambiente. Será que vai melhorar alguma coisa num país que até quer privatizar a água?
O próximo governo chega e "desfunde" a mega-agência etc. e tal. E assim andamos, como a Penépole, fazendo e desfazendo o tapete à espera de Ulisses. É uma evidência que não temos um plano nacional, uma ideia concreta do que se pretende para o país, seja no ambiente seja na economia ou na educação.

12 setembro 2011

SEMANA EUROPEIA DA MOBILIDADE

A Semana Europeia da Mobilidade vai decorrer entre 16 e 22 de Setembro. Dia 22 será o Dia Europeu Sem Carros.
Em Portugal associaram-se 55 autarquias, menos que nos anos anteriores, nos quais a situação económica era melhor e a gasolina mais barata, o que é estranho. Pelo visto alguns municípios cansaram-se de andar a pé e de bicicleta.
No Algarve este ano as câmaras participantes são Faro, Lagos, Tavira e Vila Real de Santo António.
Aos nossos habituais leitores recomendo que consultem o site da CMVRSA, em www.cm-vrsa.pt, depois Divisão de Ambiente e Serviços Urbanos, e terão acesso ao programa da CM para esse acontecimento. Terão surpresas.
Para dia 22, o dia sem carros, talvez explique a razão de reduzirem os lugares de estacionamento na Avª da República, é para forçar a mobilidade.
Este evento, como agora se diz, já tem dez anos, e tem como objectivo sensibilizar as pessoas para andarem mais a pé, de bicicleta, utilizar outros meios alternativos de transporte e motivar os poderes públicos para encontrarem soluções nas cidades que contribuam para reduzir o número de viaturas, a poluição e os gastos em combustível.
A mobilidade também tem a ver com os obstáculos que os deficientes encontram para se movimentarem e o melhoramento de pavimentos para quem se desloca a pé, com regras justas para a ocupação de espaços públicos etc.
Esperemos que se faça ouvir a voz da cidadania sobre este assunto.

09 setembro 2011

Onde estão os relógios?

No concelho de Via Real de Santo António não se tem valorizado frequentemente elementos que fizeram parte da nossa história local, e lamentavelmente muita coisa se tem perdido ou deixado destruir.
Apesar do Arquivo Histórico e da Biblioteca Municipal terem recuperado elementos importantes da nossa memória histórica continua a fazer falta, no nosso entender, um Núcleo Museológico que recolha, organize e valorize o espólio concelhio, e que conte às novas gerações o que foi o concelho e a sua evolução. Não nos parece que nos próximos tempos tal venha a ser possível, não vemos a nível autárquico sensibilidade para se investir nesse sentido, as prioridades manifestamente são outras.
Deveria existir uma comissão que se encarregasse da recolha de fotos, de ouvir, enquanto ainda for possível, histórias sobre VRSA, as quadras populares que se cantavam nas rodas, as lutas sindicais travadas etc., enfim, as coisas que marcam uma comunidade e a diferenciam das outras.
Isto vem a propósito de verificarmos o desaparecimento dos relógios que estiveram na torre do edifício da Câmara abatido, e que o novo edifício serve de armazém à mesma torre onde os relógios estiveram ao serviço da população, um desde1912/13 até 1978 e outro desde esse ano até à morte do anterior edifício.
A pergunta que fazemos é onde estão guardados os relógios e qual o destino que lhes está reservado, ou se também foram abatidos para todo o sempre?

08 setembro 2011

FONTE DA BENÉMOLA

Querença vai estar de novo em foco neste fim de semana, desta vez por bons motivos.
O Projecto Querença, que tem o apoio da Universidade do Algarve, e está a tentar dinamizar a freguesia com a ajuda de alguns universitários que para lá se mudaram com armas e bagagens, organiza uma jornada de limpeza da Fonte da Benémola, sábado dia 10.
Na Fonte da Benémola encontra-se um dos principais aquíferos do Algarve, ameaçado pela intenção de sobre ele ser irresponsavelmente construído um campo de golfe e vários prédios, com o risco de contaminação das águas. Neste blogue já foi noticiado por várias vezes a oposição e contestação a tal projecto por parte de organizações e população.
É de louvar os voluntários que vão abdicar do seu sábado para limpar o local, mas é de criticar o facto de a nível autárquico não o ter sido feito, e de lamentar que neste país locais públicos com a importância deste, sejam sistematicamente usados como locais de despejo de toda a espécie de lixo. Ficamos muito mal no retrato quanto ao civismo e respeito ambiental.

07 setembro 2011

VIA ALGARVIANA

A associação Almargem, que tantos serviços tem prestado ao Algarve, nomeadamente na defesa do ambiente, apresentou ontem a segunda fase da Via Algarviana que vai passar a ter 300 kms entre Alcoutim e o Cabo São Vicente. É obra!
A via é um percurso pedestre e ciclável, bem assinalado, com rotas temáticas, que permitem conhecer o Algarve interior, as suas paisagens e as suas gentes, com indicações onde comer e pernoitar.
Esta modalidade de turismo está a ganhar adeptos e valoriza o interior esquecido e marginalizado.
Significativo que onze municípios deram a sua parceria ao projecto, assim como a Entidade Regional do Turismo e a CCDR.
Foram investidos 1,4 milhões de euros, 950 mil vindos de fundos europeus.
Parabéns à Almargem

04 setembro 2011

CARTAXO CONSULTA OS SEUS HABITANTES

Desconheço se a Câmara do Cartaxo é um bom exemplo de gestão autárquica, mas gostei de ler uma notícia em que a Câmara e a Assembleia Municipal resolveram fazer um referendo sobre uma obra no concelho.
O Parque Central da cidade está em remodelação, e a autarquia quer fazer um parque de estacionamento subterrâneo com todas as "exigências de segurança", e abrir concurso internacional para o efeito.
O referendo é para os moradores do concelho se pronunciarem se querem, após informação atempada e esclarecedora, designadamente quanto aos custos, que o referido parque de estacionamento seja explorado pela autarquia ou por privados.
Confesso que fiquei invejoso dos cartaxenses, gostaria de viver num concelho com este tipo de democracia directa, transparente e de respeito pelos cidadãos.
Infelizmente no meu é tudo ao contrário.