28 maio 2018

PEDITÓRIO AMBIENTAL E PAISAGÍSTICO


Parece que os repuxos da marginal não funcionam porque falta uma peça, cara (?), 18 mil euros.

Para recordar como era.

Tendo em conta que a câmara parece falida, coitada, propomos um peditório público para se comprar a peça. Estamos seguros que a população corresponderá generosamente para voltar a usufruir  a beleza da água a elevar-se na Avenida da República que ficará assim mais bonita.
Não acreditamos que a degradação seja propositada para justificar que ali seja colocado um mamarracho qualquer, um quiosque "pestana", ou uma tenda de chapéus de palha.
Para além do peditório poderiam pedir ao senhor que cantou em Monte Gordo por 11.000 euros para cantar de borla num espectáculo pago cuja receita reverteria para ajudar a compra da peça.
AMA

13 maio 2018

AS PALAVRAS REVELAM MESMO QUANDO ESCONDEM


DIA 13 DE MAIO DE 2018 244º ANIVERSÁRIO DA FUNDAÇÃO DE VRSA
Faz parte da comemoração da data o baptismo da rotunda de Cacela.
 Informa a Câmara que após a sessão, às 13h00, será feita a atribuição de toponímia à rotunda de Vila Nova de Cacela, numa homenagem aos «Antigos Combatentes do Ultramar».


História já longa as peripécias que têm envolvido esta rotunda. Recordamos algumas.

"Jaz morto e arrefece o menino de sua mãe", escultura de 1973 sobre a GUERRA COLONIAL, de Clara Menéres falecida dia 10 de Maio de 2018



Palavras do Capitão de Abril, Vasco Lourenço, em VRSA numa iniciativa sobre o 25 de Abril promovido pela LIGA DOS AMIGOS DA GALERIA MANUEL CABANAS
"os que falam de guerra do ultramar são os saudosistas do passado". 
Acrescentamos nós, para evitarem reconhecer que foi uma Guerra Colonial praticada por um governo ditatorial e fascista.
As palavras nunca são inocentes.

História já longa as peripécias que têm envolvido esta rotunda. Recordamos algumas.


À população da Freguesia de Vila Nova de Cacela
Porque é necessário avivar a memória!
  
Todos estão lembrados de que o PCP foi a única força política que teve a iniciativa de fazer alguma coisa face à justa reivindicação da população da Freguesia quanto à construção da Rotunda na EN 125. O abaixo-assinado, entregue na sessão de Câmara realizada em Cacela, e a “Rotunda Humana” iniciativa que contou com duas centenas de pessoas e com notícia na comunicação social, são disso exemplo.
 E pela parte do PCP, asseguramos às populações da Freguesia que não desistimos! É uma pequena obra de baixo custo, mas grande no que se propõe resolver. E o que fez o Governo PS, e a Câmara PSD? Até agora nada, e mais um verão se aproxima, tornando ainda mais caótica e perigosa a EN 125! 
Preocupações para inglês ver… 
Só uma profunda hipocrisia, e eleitoralismo doentio, é que faz com que alguns deputados do partido do Governo, se façam fotografar em Cacela “preocupados” com a Rotunda, quando o seu governo, não só não mexeu uma palha, como recusou a proposta do PCP de contemplar no PIDDAC, esta obra. Só falta aparecer o Presidente da Câmara mais os deputados do PSD a fazer a mesma coisa. Como se costuma dizer, a culpa morre sempre solteira…
Acentua ainda mais a hipocrisia destes senhores deputados, quanto é verdade que o PS agora no governo, esteve no anterior mandato na Câmara. Porque não fizeram esta obra? Porque entendiam que deveria ser o governo do PSD? É preciso ter muita lata…
 Lavar as mãos como Pilatos
É exactamente o que a Câmara PSD faz, ao endossar para o governo a responsabilidade de fazer a Rotunda, dizendo que não é da sua competência… Então, como é que ficamos com as promessas eleitorais do sr. Presidente Luís Gomes do PSD?
E como justifica o facto de a Câmara estar a fazer Rotundas em Vila Real de Santo António? Que prioridade têm face à de VN de Cacela? 
22/06/2007

2 Aniversario da Liga dos Combatentes VRSA 05-08-2009

O Secretário-Geral da Liga dos Combatentes, Coronel Adalberto Travassos Fernandes presidiu às cerimónias comemorativas do Aniversário do Núcleo da Liga dos Combatentes em Vila Real de Santo António
ma exposição fotográfica, sob o tema "Memória.
No âmbito das cerimónias foi inaugurada uma exposição fotográfica, sob o tema "Memórias da Guerra" - Portugal: Honra a Sacrifício, tema referente à Primeira Grande Guerra. Esta exposição esteve patente ao público no Centro Cultural António Aleixo, de 28 de Julho a 05 de Agosto. Destaca-se a excelente organização do Núcleo de VRSA e seus associados, bem como o apoio do Museu da Liga dos Combatentes. O Secretário-geral referiu-se publicamente e de improviso à efeméride na sessão solene, perante a Direcção do Núcleo, associados, Vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, vereadora da Cultura e outros autarcas daquela região. Agradeceu o apoio da CM de Vila Real de Santo António à Liga dos Combatentes e louvou a ideia da construção de um Monumento aos Combatentes de VRSA, a suportar por aquela autarquia sob a orientação e simbologia da Liga dos Combatentes.

Passaram 9 anos e o tal monumento onde está? E, acrescentamos nós outra vez, para quando uma homenagem aos democratas vila-realenses que lutaram contra o fascismo e pela democracia antes do 25 de Abril ?
AMA

08 maio 2018

O FALAR VAI DOS QUEIXOS





A Srª Conceição Cabrita deu no dia 2 de Maio uma entrevista surrealista ao Sul Informação. Repete à exaustação argumentos já desmentidos inúmeras vezes mas insiste na esperança de que martelando as cabeças por cansaço dos outros se transformem em verdades.
Cortar «algumas gorduras», renegociar a dívida à banca e alienar património, caso haja investimento privado envolvido. Estes são os pilares da política financeira que está a ser posta em prática por Conceição Cabrita, eleita em Outubro para o seu primeiro mandato enquanto presidente da Câmara de Vila Real de Santo António.
Esta introdução à entrevista feita pelo Sul informação diz tudo, é uma síntese perfeita da desgraça anunciada que aí vem.
Cortar gorduras?, quais? só se forem nas contratações bem remuneradas que parecem pagamento de favores. O que se vê é um esqueleto só pele e osso.
Quando andaram 12 anos a engordar a dívida nunca pensaram que teria de ser paga? A irresponsabilidade choca, a insensibilidade face ás consequências previsíveis para a população impressiona.
Alienar património municipal com que direito? Foram séculos em que sucessivas gerações foram acumulando património público para uso e usufruto da população e agora é posto em leilão para pagar dívidas de i uma gestão ruinosa e insensata.
Uma vez nas mãos de privados não terá retorno. Os 12 anos de esbanjamento o que deram? Melhorou VRSA? Vai tudo a eito: água, saneamento, estacionamento, edifícios históricos, áreas de mata, parque de campismo etc. O que fica?
A forma leviana como se refere à dívida assusta, é de 76 milhões mas tem vindo a diminuir. Coisa pequena como se vê. Então queriam ainda aumentar a dívida? A pergunta é com se chegou a ela (e não esquecer que a SGU deve outro tanto). Anualmente do orçamento do estado vem dezenas de milhões para a autarquia, mesmo assim ainda foi necessário a intervenção do PAEL e do FAM com 43,9 milhões de euros para evitar a falência. Há quantos anos a AMA tem vindo a denunciar as contas camarárias através das análises do Moço de Vila Real?
Baixar despesas significa diminuir serviços à população.
Boa piada a da "introspecção", teria sido feita em algum retiro religioso? Vem dizer agora que é diferente do Luís Gomes, fora o físico é diferente em quê? Não apoiou e votou tudo ao lado dele ou estaria distraída. Não confessa que não  "me arrependo do que fiz"?
Continua a afirmar que encontraram uma dívida de 30 milhões da gestão do PS, não provada e desmentida, mas volta à carga.
"Matámos a fome a muita gente", afirma, "substituímo-nos ao Estado". Será que os municípios já não fazem parte do Estado? Só fizeram o seu dever, cuidar da população, é para isso que recebem transferências dos impostos que todos pagamos. Ou será que pagaram tais despesas do seu bolso?
Pasmem, se não fosse este par - Luís Gomes e São Cabrita, VRSA "praticamente ninguém conhecia". É preciso ter lata. Verdade seja dita que VRSA tem sido muito falada ultimamente como exemplo de má gestão autárquica, do cantor ex-presidente e coisas assim.
"O Sul informação vai lançar, nos próximos dias, mais artigos resultantes da entrevista de fundo feita a Conceição Cabrita". Ficamos à espera, por este já se vê o que a casa gasta.
AMA

05 maio 2018

ESPANHAS OU FEDERAL OU CONFLITOS

Catalunha em conflito político, o País Basco mexe de novo, a Galícia não se sente bem na sua pele. São os conflitos mais visíveis de um país que só com a federação dessas "nações" poderá apaziguar tensões. O artigo de Manuel Loff é um olhar diferente sobre a ETA e a Espanha.
MC



ETA, o fim
O terror da ETA foi, em todo o caso, o pretexto ideal para o terror do Estado.
5 de Maio de 2018  MANUEL LOFF

Sete anos depois da sua declaração unilateral de "fim definitivo da violência armada", a ETA dissolveu-se. Nascida em 1959 entre os filhos da Guerra Civil espanhola (1936-39), em meios católicos nacionalistas, os seus fundadores fizeram a trajetória comum a muitos católicos progressistas e a grande parte da esquerda de origem não marxista dos anos 60: entre o Vaticano II e o anticolonialismo triunfante, revoltaram-se contra a cumplicidade da hierarquia católica com o Franquismo e levantaram a bandeira do direito à autodeterminação; a repressão ajudou a que assumissem a opção armada, de inspiração guevarista e/ou maoísta, rompendo com o nacionalismo basco histórico e rejeitando juntar-se ao PCE e às Comisiones Obreras que então mobilizavam o pulmão industrial do País Basco. Quando a ETA mata, em 1968, o torturador Melitón Manzanas e, em 1973, o chefe do governo de Franco, Carrero Blanco, toda a oposição democrática espanhola se sentiu vingada. Mas quando a crise do regime franquista abriu portas à transição pós-autoritária, que restaurou a autonomia do País Basco espanhol e de Navarra, tudo mudou. Ou deveria ter mudado.

As duas fações em que se dividiu em 1974 (ETA Militar e ETA Político-Militar) rejeitaram a amnistia de 1977 e prosseguiram a luta armada: das 829 vítimas mortais da ETA, 37% correspondem aos anos da transição e apenas 9% ao período franquista. A ETA(pm) acabaria por abandonar as armas nos anos 80 e a maioria dos seus membros entrou no PSOE. Pelo seu lado, a ETA(m) continuou a matar enquanto a Espanha vivia sob a ameaça golpista de militares e polícias que não foram democratizadas e cujos crimes nunca foram julgados, e onde os governos (da UCD e do PSOE) não hesitaram em usar a guerra suja contra uma parte da esquerda basca através de organizações como o Batallón Vascoespañolou os GAL, matando 67 pessoas.
Se alguém esperava que a chegada dos socialistas ao poder pudesse contribuir para a paz no País Basco – o PSOE havia chegado à transição com um projeto federal para a Espanha a que renunciaram –, a realidade foi a oposta. Os governos de Felipe González (1982-96) lançaram-se abertamente na guerra suja, recrutando, entre outros, mercenários em Portugal, com a evidente cumplicidade das nossas autoridades, para disparar contra exilados bascos em França (homenagem a Celestino Amaral e a Joaquim Vieira pela investigação que então levaram a cabo no Expresso). Pelo seu lado, a ETA(m) entrou na mais alucinada campanha de terror, matando civis no Hipercor de Barcelona (1987) ou reclamando aquilo a que chamou a "socialização do sofrimento": quanto mais difícil se lhe tornava atentar contra polícias e militares, mais passou a atacar dirigentes políticos e simples vereadores municipais. O terror da ETA foi, em todo o caso, o pretexto ideal para o terror do Estado: guerra suja, tortura nas prisões, criminalização/ilegalização de partidos políticos, associações, escolas, órgãos de imprensa...
O 11 de Setembro e os massacres salafistas de 11 de março de 2004 em Madrid (que Aznar, a três dias de eleições, procurou desesperadamente atribuir à ETA) vieram mudar de forma muito evidente a perceção social da (i)legitimidade da violência política e marcaram definitivamente a cisão entre o mundo social da esquerda abertzale onde a ETA tinha nascido e a opção desta pela violência. Em 2011, a ETA declara o fim da luta armada e inicia um estranho processo de paz (desarmamento unilateral em 2017, pedido de perdão no mês passado, e agora autodissolução), verificado por grupos internacionais (de que fazem parte, entre outros, Chris Maccabe, um dos negociadores britânicos do acordo de paz para a Irlanda do Norte); os governos espanhol e francês recusam-se, contudo, negociar termos semelhantes aos que aceitaram britânicos e colombianos, por exemplo.
Num contexto agudizado pelo movimento independentista catalão, poder político (governo do PP, Ciudadanos, PSOE), maioria dos media e organizações de representação das vítimas criadas à sombra do PP escolheram uma velha via que os espanhóis tragicamente conheceram sob os anos do Franquismo: vitória e vingança. Para Ramón Zallo (um académico que foi assessor do Governo basco), "os aparelhos do Estado espanhol", face à dissolução da ETA, têm asumido atitudes "provocadoras, indignas e estúpidas, [como se quisessem] o surgimento [de sequelas da ETA]". Para ele, "a pergunta a que cada um deverá responder sobre o passado é se esteve à altura das circunstâncias face ao franquismo e à Transição, face à ETA e aos seus desmandos, face ao terrorismo de Estado, e face a um Estado involucionista, centralista, antissocial e repressivo". (Deia, 3.5.2018)
Historiador