O FALAR VAI DOS QUEIXOS!
Esta frase vila-realense vem a propósito de mais uma entrevista do
Presidente Luís Gomes, desta vez ao Jornal i no passado dia 24 de Junho.
Lá vem a repetição da existência de misteriosos activos, agora
“estimados em 200 milhões de euros”, e a afirmação mais uma vez de que vai privatizar o parque de campismo de
Monte Gordo “para abater os 90 milhões de euros de dívida”. Mais, “quer chegar
a um nível de endividamento zero”.
Há poucos dias noutras entrevistas (ver o que aqui referimos nas
etiquetas : Quem muito fala contra si atenta!), dizia que certamente iria pagar
a maior parte da dívida até ao fim do
seu mandato. Dias depois ao i vai pagar tudo.
Ao i diz que o parque de campismo “tem um valor aproximado de 23 a 25
milhões de euros”, quando em 2008 avaliava o valor do referido parque em 38
milhões de euros e foi nessa base, depois da tal escritura por usucapião no
Porto, que se fez o negócio com a SGU para obter um empréstimo bancário dando
como hipoteca o terreno do parque.
Como
provámos com documentos oficiais que foram dados a conhecer neste blogue, e que
acompanham a queixa que apresentámos ao Ministério Público, a tomada de posse
pela câmara, dos terrenos do parque de campismo por usucapião, é ilegal.
O presidente da câmara não só tem conhecimento desta queixa, como tem conhecimento de que a queixa está a seguir o seu percurso normal.
Ao afirmar que vai abrir concurso para privatizar o parque de campismo, quando decorre um processo que visa decidir se a tomada de posse dos terrenos por usucapião, é legal ou não, o presidente não tem em consideração que num Estado de Direito tem de aguardar pela decisão do poder judicial.
O presidente da câmara não só tem conhecimento desta queixa, como tem conhecimento de que a queixa está a seguir o seu percurso normal.
Ao afirmar que vai abrir concurso para privatizar o parque de campismo, quando decorre um processo que visa decidir se a tomada de posse dos terrenos por usucapião, é legal ou não, o presidente não tem em consideração que num Estado de Direito tem de aguardar pela decisão do poder judicial.
Há um ano alertamos que os parquímetros iam chegar, coisa que foi por
muitos contestada, que isso não iria acontecer etc. Aí estão. Agora alertamos
que na entrevista ao i o Srº Luís Gomes afirma : “mas há outros activos a
privatizar. Vamos lançar um concurso público para a concessão, por um prazo de
30 anos, da infra-estrutura municipal de saneamento básico, que representou um
investimento de mais de 60 milhões de euros para a autarquia e que hoje garante
a sua sustentabilidade para os próximos 30 ou 40 anos”.
Isto é gravíssimo, então gasta-se e bem a fazer infra-estrutura de saneamento
básico com dinheiro público e depois vai-se entregar a dita à exploração
privada por 30 anos? Mas tal constava do programa eleitoral do PSD? Os
eleitores votaram para que lhes fosse retirado património municipal e
encarecessem os preços? Que autoridade tem para privatizar o parque e o
saneamento? Quanto é que isto vai custar à população? Naturalmente os privados
vão aumentar os preços dos serviços.
Com o Srº Presidente nunca nada fica claro e os 90 milhões de dívida
que diz agora existirem são da Câmara ou da SGU?
Se quando tomou posse a dívida da autarquia era de 10 milhões e dez
anos passados são 90, tal significa que a dívida aumentou em média 8 milhões
ano, mais de 650 mil euros mês e mais de 22 mil euros dia. Os 400 mil euros que
publicamente a empresa que vai explorar os parquímetros vai dar à Câmara não dá
para pagar um mês de dívida, e os 15 mil de renda por mês nem para pagar um dia
de dívida chega. Mas os transtornos e prejuízos à vida do comércio local, à
actividade económica e às pessoas serão muito superior aos possíveis ganhos.
Saltando por cima de outras afirmações da referida entrevista que
mereceriam também ser desmistificadas ressaltamos esta : “Ainda assim, foi
preciso fazer um ajustamento, e dos cerca de 700 trabalhadores existem hoje
menos de 500”.
Para quem se gaba de ter uma política social ímpar vem confessar que
despediu ( ajustou, como está na moda dizer), pelo menos 200 trabalhadores.
Acrescentamos um trabalho enviado pelo Moço de Vila Real que nos informa de forma clara da evolução da dívida. Agradecemos mais esta preciosa contribuição do Moço de Vila Real.
Acrescentamos um trabalho enviado pelo Moço de Vila Real que nos informa de forma clara da evolução da dívida. Agradecemos mais esta preciosa contribuição do Moço de Vila Real.