AS AVENTURAS E
DESVENTURAS DO HOTEL GUADIANA
O Hotel Guadiana, inaugurado em 1923, encerrou em 1987. Recuperado
reabriu em 1992 e devido a gestão
fraudulenta voltou a encerrar portas em 2007.
Não pomos em causa o hotel propriamente dito, mas o local onde foi
erigido alterou e adulterou a frente ribeirinha pombalina entre os torreões
Norte e Sul.
Lamentamos o seu prolongado encerramento e a degradação consequente, a
perda de postos de trabalho que motivou,
assim como os prejuízos ao comércio e à economia da cidade.
Entretanto a recuperação e reabertura do Hotel Guadiana tem servido
para doses maciças de promessas e demagogia há vários anos.
Recordamos algumas.
- 24/12/2009, HOTEL GUADIANA EM VIAS DE PASSAR PARA A ALÇADA DA CÂMARA.
O Presidente da câmara municipal já advertiu que se o proprietário não
reabrir o emblemático hotel, a autarquia avançará para a posse coerciva;
- 21/10/2010, O Hotel Guadiana será um hotel design, a Praça Marquês de
Pombal albergará um hotel de "charme". O Passeio de Santo António, ao
longo do rio, será rematado por um edifício hoteleiro de vinte e cinco andares;
- Abril/2012, Foi aprovada em reunião de câmara, no passado dia 6 de
Março, a classificação do Hotel Guadiana como "Edifício de Interesse
Municipal".
Depois desta classificação, e ao que o JBG conseguiu apurar, não está
em cima da mesa nem a posse administrativa, nem a expropriação do edifício por
parte da autarquia, até porque são processos altamente dispendiosos, o que em
tempo de crise não tem encaixe financeiro nas contas municipais;
- 21/Maio/2015, Há investimentos, o Hotel guadiana vai ser
requalificado.
Assinei o despacho para lançar o concurso público para a requalificação
do hotel Guadiana. A Câmara Municipal expropriou o hotel ... e encontrámos um
grupo de capital sul-africano onde está um empresário português e outro
norte-americano que vão agarrar o hotel para o explorar. Vamos fazer uma
concessão da unidade hoteleira ao grupo Grande Hotel por 25 anos.
Afinal, depois de tantos planos
de pormenor, de tantas promessas de
hotéis de "design", de "charme" e de 5 estrelas, e de
interessados investidores estrangeiros, o Hotel Guadiana irá ser recuperado
com ajuda de fundos comunitários através
do Programa Jessica, isto é, com fundos públicos europeus para depois ser posto
ao serviço de privados .
Falta saber se a recuperação será total o que implica também o
rés-do-chão actualmente ocupados por comércio e banca, e o pagamento de
indemnizações. Em 2012 não havia expropriação por ser um processo
"altamente dispendioso", e agora foi barato?
Outra interrogação: se houve expropriação por "utilidade
pública" esta é "Provisória por Natureza" como consta na
Conservatória do Registo Predial. O caso está em tribunal que decidirá
certamente qual o valor a pagar pelo bem expropriado.
Mas esta situação nunca é falada, é escondida; intencionalmente ?. Caso a expropriação seja pesada teremos mais
um problema a juntar à já pesada dívida da autarquia (ou será da SGU?).
A grande preocupação do Luís Gomes é o início de uma obra avaliada em 2 milhões de euros.
ResponderEliminarUma parte desse financiamento é feito pela comunidade europeia, quanto?
Há que acrescentar o valor a pagar pela expropriação, que deve ser elevado.
Luís Gomes fala no arrendamento dos dois imóveis, o hotel Guadiana e o Beach Clubhotel na ponta da areia, por um período de 25 anos.
O aluguer foi por acerto entre amigos? ou hasta pública?
Se é de acerto entre amigos, o valor deve ser muito baixo e a câmara vai suportar os elevados gastos da expropriação e comparticipação nas obras.
Luís Gomes está na fase final do seu mandato.
Anda num afã a aprovar planos e contratos, que terão reflexo na situação económica, por muitos anos.
Mas deve pensar, "QUEM VIER ATRÁS QUE FECHE A PORTA, SE CONSEGUIR".
Independentemente do aspecto formal - que será correcto ou não -, estou de acordo que o edifício do HG seja recuperado. Só é pena que não sobrem "uns tostões" para recuperar também" a Casa da Música" (antigo edifício Parodi) que qualquer dia "vem abaixo"...
ResponderEliminarLuigi Rolla
Penso que todos estamos de acordo com a recuperação do Hotel.
ResponderEliminarO problem é que a informação à população do concelho nunca é feita de forma democrática, faltam sempre dados importantes.
Ora temos o direito de saber como é gasto o dinheiro dos contribuintes, basta já a dívida que existe, como muito bem foi colocado pro um comentário acima publicado.
Em relação à Casa da Música não há tostões, claro, e talvez não possibilite negócio atractivo ?
No início de 2000, presidente, António Murta do PS, com a oposição em maioria, 2 PSD+2CDU, contra 3 do PS, foi chumbado um projecto de um Hotel, no local da antiga praça do peixe.
ResponderEliminarEsse hotel com uma localização excelente e sem loja de roupas e agência bancária no rés do chão, como tem o hotel Guadiana, seria um projecto novo, inovador e de qualidade, que poderia ter facilmente, as tão apregoadas 5 estrelas, para tudo quanto é dormitivo com uns quantos quartos.
Com os 2 milhões de euros, fazia-se um hotel novo e se existem tantos investidores a quererem investir em Vila Real de Santo António, era altura dos autarcas, falarem com eles e apresentarem-lhe o projecto deste hotel com excelente localização. Até poderia como contrapartida, das facilidades concedidas, fazer ou contribuir, para a casa da música.
Recuperar o Hotel Guadiana e deixar o rés do chão com uma loja e uma delegação bancária, não me parece que seja um hotel de 5 estrelas.
ResponderEliminarA população de Vila Real de Santo António, tem o direito de saber quanto custa a recuperação do Hotel Guadiana e a sua expropriação, assim como os custos da casa da alfândega e do Beach Clubehotel na ponta da Areia, qual o valor da comparticipação comunitária e qual a comparticipação autárquica de forma a podermos saber se o arrendamento destes 3 imóveis por 25 anos, se traduzem numa mais valia ou em mais um pesado encargo financeiro para a câmara e para os vilarealenses.
ResponderEliminarAcho importante o trabalho deste grupo de cidadãos, que mostram ser pessoas interessadas, em defender o concelho e os interesses da maioria da população.
ResponderEliminarNão posso deixar de considerar, bastante negativa, passiva e cúmplice, a inércia dos dois maiores partidos da oposição, o PS e a CDU, cujos ex-autarcas depois de ganharem à custa da actividade(?) política, remeteram-se à reforma.