UM ORÇAMENTO MENOR
O orçamento proposto para o próximo ano continua adiando a tomada das medidas necessárias para reequilibrar financeiramente a autarquia vila-realense. Insiste no acumular de empréstimos e de venda de património.
Este orçamento, também, não respeita as propostas orçamentais apresentadas que estiveram na base do desbloqueamento dos diversos empréstimos.
Não apresenta uma ideia de futuro, é a insistência num modelo económico ultrapassado que passa mais pela gestão do poder em detrimento da gestão da autarquia.
Introduz a taxa turística com uma previsão de 800 000 euros e volta a incluir a rubrica “Outros” com um milhão de euros de receita estimada. Mais uma “habilidade” para equilibrar um orçamento que gasta mais de oito milhões em juros e amortização de capital. Um terço do orçamento alimenta o “descuido” dos últimos doze anos que na atual equipa parece continuar.
A proposta para o período 2018-2021 é bem a demonstração das afirmações anteriores.
O orçamento para 2018 nada tem a ver com os orçamentos para os anos seguintes. Estes apresentam fortes reduções da despesa sem apresentarem a maneira como serão efetuadas.
Os gastos com o pessoal diminuem 10% em 2019 mantendo-se, posteriormente, um “congelamento” salarial até 2021.
O investimento nesse período quase desaparece por completo, estimam apenas duzentos e cinquenta mil euros anuais entre 2019 e 2021.
Aliás, todo o documento reduz as despesas em todas as rubricas, a partir de 2019. Apetece perguntar:
E porque não fazê-lo antes?
Insisto na necessidade de se abordarem as questões orçamentais da nossa autarquia com maior seriedade.
É necessário avançar quanto antes nas seguintes áreas:
- Renegociação da dívida: redução das taxas de juros e alargamento dos prazos de maturidade.
- Extinção da SGU: responsável desde 2008 pelo aumento do défice anual da autarquia.
- Reorganização da administração local: as obrigações assumidas através dos sucessivos empréstimos obtidos não tiveram uma política séria de alterações internas na organização da edilidade.
- Revisão completa e profunda dos contratos assumidos para períodos longos de tempo. A gestão cessante especializou-se em “emparedar o futuro” com contratos a 30 anos.
- Aposta séria em melhorar as capacidades e competências dos seus habitantes e atrair empresas de outros setores de atividade. A nossa terra possui condições naturais ímpares para a economia do novo século.
O orçamento apresentado é para o dia a dia, não tem um olhar para o futuro. VRSA merece mais.
3 de Dezembro de 2017
Moço de Vila Real
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