21 setembro 2012

GUADIANA CORRE MANSO


As regiões transfronteiriças do Douro e do Tejo acabam de ser propostas a Património Mundial pela União Internacional da Natureza.
É uma vasta zona de centenas de quilómetros abrangendo os dois lados da fronteira ibérica de Portugal e de Espanha, desde Bragança a Portalegre.
Para além de constituir um acto de preservação da natureza se esta proposta for aprovada vai constituir um impulso de valorização turística de uma zona empobrecida e desertificada, atrairá investimentos e poderá vir a potencializar a economia destas regiões.
Ao longo destes quilómetros fronteiriços existem já 119 áreas protegidas com mais de 2 milhões de hectares.
A AMA tem-se batido há anos pela criação do Parque Internacional do Baixo Guadiana, juntamente com outras associações ambientalistas portuguesas e espanholas, tendo até participado em reuniões com membros dos dois governos.
A proposta referida foi apresentada pela UIN com o apoio de autarquias e associações espanholas e portuguesas. Cá por baixo nunca se conseguiu a mesma união de esforços na defesa do Guadiana e da sua área envolvente.
Continua no papel há dezenas de anos a ponte entre Alcoutim e a Espanha, o IC 27 parou em Alcoutim, o desassoreamento do Guadiana é um assunto que de vez em quando vem à baila quando convém políticamente etc. O que se constata com frequência é o desejo de prolongar Guadiana acima os erros urbanísticos praticados no litoral algarvio, e culpar as áreas protegidas que impedem tais apetites especulativos.
Em lugar de fusões disparatadas deveriam era ser fundidos esforços sérios para ajudar a valorização e aproveitamento do património do Guadiana e da sua área envolvente.

1 comentário:

  1. O imobilismo e o tradicional bota a baixo português é o pior que pode acontecer a um povo. Mas a procura incessante de bodes expiatórios não o é menos!
    Vamos ser sérios e colocar as questões no enquadramento certo face à realidade
    1 - É louvável e mesmo necessário que seja criado o Parque Internacional do Guadiana uma vez que essa será a única forma de garantir igualdade de tratamento entre as duas margens do Guadiana;
    2 - No lado português existem já regras de protecção que foram suficientes para impedir que se cometessem os excessos e atropelos que se verificaram no resto do Algarve;
    3 - O grande problema do baixo Guadiana foram os municípios espanhóis que aprovaram uma a ocupação desregrada das suas margens e que Ayamonte e o empreendimento Costa Esury são um péssimo exemplo;
    4 - Temos agora uma boa oportunidade de negociar e encontrar aliados no lado espanhol uma vez que a política do "ladrillo" está morta e mesmo que venha a ressuscitar não o será nos próximos 4/5 anos e é quase certo que nada voltará a ser como era;
    5 - Se ninguém dúvida da necessidade da conclusão do IC27 e do desassoreamento do Guadiana, já a ligação Alcoutim San Lucar é mais discutível;
    6 - Tal como é necessária a discussão desapaixonada sobre a ponte, é igualmente necessária uma discussão desapaixonada sobre a fusão de municípios;
    7 - Classificar de disparata qualquer proposta sobre seja o que for sem primeiro a analisar e discutir é fundamentalismo primário;
    8 - É esse mesmo fundamentalismo primário de algumas associações de defesa do ambiente e de alguns dos seus detractores o responsável principal por alguns dos maiores crimes que se praticaram
    Haja bom senso! Debata-se, analise-se, encontrem-se consensos e procuremos implementar as medidas de desenvolvimento e protecção que tanta falta fazem a uma zona tão deprimida como a nossa!

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