Divulgamos o presente comunicado da Almargem pela sua oportunidade e
por sintetizar num só documento várias situações que a AMA tem vindo a
denunciar há alguns anos, como este blogue comprova.
A junção das violações e ilegalidades dá maior visibilidade e coerência
aos ataques ao meio ambiente e património ambiental para negócios especulativos
pela Câmara/SGU de VRSA.
O caso da tomada de posse dos terrenos do Parque de Campismo de Monte
Gordo, pertencentes à Mata Nacional das Dunas, através de uma escritura de
usucapião feita no Porto, é um dos casos mais graves, como neste blogue nas
etiquetas usucapião se pode constatar.
A ofensiva camarária é global sobre toda a zona costeira do concelho e
margem ribeirinha do Guadiana. A cinco meses das eleições autárquicas
verifica-se o frenesim para despachar e privatizar o que for possível, criando
factos consumados em prejuízo do concelho e sua população.
O silêncio conivente da imprensa local sobre estes factos é preocupante.
AMA
ASSOCIAÇÃO
ALMARGEM
Destruição do Litoral do Algarve - 2ª fase em marcha já em Vila Real de
Santo António
Terça, 18
Abril 2017 11:31
Com o
aparente abrandamento da crise económica, as nuvens negras dos interesses
especulativos voltam a pairar sobre o Algarve. A Associação Almargem
receia que um novo e epidémico surto de destruição e ocupação de zonas
costeiras ou interiores esteja à beira de eclodir, pelo que pretende
alertar a opinião pública para esse facto, começando pelo litoral do
concelho de Vila Real de Santo António.
Zona Norte
Para a
frente ribeirinha norte da cidade de Vila Real de Santo António, entre a
Avenida da República e o rio Guadiana, está prevista a ocupação do
espaço, até agora detido pela Docapesca, por um empreendimento turístico
de contornos ainda pouco conhecidos, o qual incluiria várias unidades
hoteleiras e até um cais para iates. Iria ocupar uma faixa entre o actual
Porto de Pesca e a antiga estação de caminhos de ferro, numa extensão de
cerca de 500 metros. Do outro lado da avenida, permanecem vários armazéns
e antigas fábricas de conservas abandonadas, cuja área está também disponibilizada
para construção (Plano de Pormenor do Cemitério), a qual até seria
aceitável se fosse de dimensões e arquitectura adequadas, embora estejam
previstos edifícios com pelo menos 8 pisos.
Porto de Recreio
Actualmente
com 360 postos de amarração, está prevista a ampliação do Porto de
Recreio de Vila Real de Santo António para mais 200 lugares. Esta
expansão seria totalmente realizada frente ao Jardim Sul da Avenida da
República, cujas belas panorâmicas hoje abrangem apenas o rio Guadiana e a
sua margem espanhola, as quais seriam assim substituídas por uma barreira
visual de barcos de recreio. Por outro lado, o próprio Jardim Sul seria
parcialmente destruído para dar lugar a mais espaço de estacionamento
e estabelecimentos de restauração de apoio ao porto de recreio.
Zona Sul
Na zona a
sul da Rotunda dos Atuns, hoje essencialmente ocupada por armazéns em
grande parte abandonados e por instalações de construção e manutenção
naval, está previsto o Empreendimento Turístico do Passeio de Santo
António, abrangendo a construção de 3 hotéis, de volumetria desconhecida.
Ponta da Areia
Há muitos
anos que se prevê aqui a construção de uma Marina com hotéis,
apartamentos e campo de golfe, projecto que permanece pouco claro mas
sempre omnipresente. Iria ocupar uns 100 hectares de terreno, incluindo
uma faixa da Mata Nacional e a zona húmida existente na Ponta da Areia,
sistematicamente ignorada e abandonada ao longo dos anos, justamente para
não se tornar um obstáculo ao avanço deste projecto. Cerca de 40% da frente
marítima da Praia de Santo António e da Mata de Monte Gordo seriam
gravemente afectados.
Monte Gordo Nascente
Prevê-se a
construção de alguns empreendimentos turísticos na zona fronteira aos
hotéis Vasco da Gama e Dunas Mar, pelo menos um deles ocupando
previsivelmente uma parte dos terrenos hoje integrados no Parque de
Campismo.
Praia de Monte Gordo
A
reabilitação em curso tem alguma justificação, sobretudo no que respeita
os aspectos de salubridade dos restaurantes e apoios de praia existentes.
No entanto, o carácter tradicional destes equipamentos deveria ser
mantido, ao invés de serem substituídos por edifícios de traça modernista
com qualidade muito duvidosa, alguns dos quais nem sequer poderão ser
assumidos pelos actuais proprietários devido aos custos inerentes às
obras em causa. Pior ainda é o projecto de construção de um passadiço
sobrelevado com 2 kms de extensão, uma autêntica aberração que vai
introduzir uma nota dissonante e uma barreira visual para os banhistas e
utentes dos apoios de praia.
Monte Gordo Poente
Este é
talvez um dos pontos da pretensa requalificação do litoral do concelho de
Vila Real de Santo António que tem merecido mais atenção mediática. O
actual Plano de Pormenor de Monte Gordo Poente prevê a ocupação de dois
espaços vazios na frente urbana da extremidade ocidental da Avenida
Infante D. Henrique por edifícios de 9 pisos, um pouco na linha dos que
já lá existem. Do outro lado da avenida apenas estão previstos a
construção de um novo apoio de praia e a manutenção dos espaços
desportivos e sociais actualmente existentes. No entanto, a Câmara
Municipal vendeu há tempos precisamente nesta zona e por vários milhões
de euros um lote com cerca de 0,8 hectares, ao grupo Hoti, para
construção de um hotel de luxo com 4 pisos, no lugar onde hoje se situam
um pequeno complexo desportivo a céu aberto e o bar da associação de
mariscadores. A área em causa encontra-se integrada numa faixa de 7
hectares desafectada, em 2010, do Domínio Público, na altura com alegada
intenção de construir apenas um parque de estacionamento e outros
equipamentos sociais. Isto é, ao arrepio do que está previsto no PDM, no
Plano de Pormenor e no próprio processo de intenções associado à
alienação do Domínio Público, o Executivo Municipal quer agora permitir a
construção de um hotel praticamente dentro da praia e em cima da área
tradicionalmente utilizada pelos pescadores e mariscadores de Monte
Gordo, em vez de utilizar para esse efeito espaços disponíveis na actual
malha urbana. Daí a proposta de alteração do PDM que, em breve, irá ser
apresentada, como forma de procurar limpar toda esta incrível
ilegalidade, a qual já provocou a apresentação de uma providência
cautelar por parte de residentes locais.
A Direção
Estacionamento... em Milão
ResponderEliminarComo estamos sempre prontos a copiar o que de mau há nas outras cidades, aqui vai mais uma coisa a copiar:
Em Milão o custo do estacionamento urbano, duplica a partir de hoje (3.V). 3€ x hora, nas primeiras 2 horas e 4,50€ x hora, nas hora sucessivas.
É fartar vilanagem!!!
Luigi Rolla