29 junho 2017

ENGENHARIA FINANCEIRA E CRIATIVA

Como uma dívida se transforma em investimento, dinheiro não há, é só papel.



21 junho 2017

AMA SOLIDÁRIA COM AS VÍTIMAS DOS INCÊNDIOS





AMA SOLIDARIZA-SE COM AS VÍTIMAS DOS INCÊNDIOS



O fogo continua a consumir o país e a causar mais vítimas e destruição. Se é verdade que as alterações climáticas provocadas pelo homem aumentam o risco de catástrofes mais uma razão para se intensificarem as medidas preventivas.

A paisagem diz muito sobre o homem e ela é o que o homem é. O ordenamento e ocupação do solo agrícola ou industrial, as habitações e as estradas e caminhos, tudo o que o homem constrói modela a paisagem e evita, reduz ou potencia as consequências das calamidades.

Em relação à chamada Floresta portuguesa, na maioria dos casos são matas e não floresta, temos de salientar o facto de 98% ser privada e só 2% ser pública ( a média europeia da floresta pública é muito superior à portuguesa, mais de 50%).

São 8,4 milhões de solos rústicos que pertencem a 2,9 milhões de proprietários de 11,6 milhões de parcelas. Estes números são duvidosos dado não haver um cadastro completo do território nacional, ignorando-se a quem pertence áreas significativas do mesmo.

Esta propriedade do solo fraccionada em pequenas parcelas, em que um número significativo delas não são cultivadas, tratadas ou limpas, são verdadeiras bombas de fogo à espera de explodir.

Não podemos esquecer nem ignorar a pobreza do interior, pequenos povoados e aldeias de pessoas idosas já sem força ou vontade de trabalhar e, sobretudo, sem meios para cuidar das matas ou pagar a quem delas cuidasse.

A propriedade é privada mas os desastres são despesas públicas. A integração das áreas sem dono deverão ser integradas no património público e não serem dadas às autarquias dado ser conhecido o seu apetite ganancioso para a especulação imobiliária.

A desertificação do interior é um facto, agravado com políticas desumanas em que só o deve/haver funciona, fechando escolas, postos de saúde, correios, acabando com carreiras de transportes públicos e por aí fora, forçando a expulsão da vida desses lugares. A redução dos habitantes leva ao abandono dos baldios, das actividades agrícolas e de pastorícia, da recolha de lenha, ao desaparecimento do gado que se alimentava dos campos e estes enchem-se de urzes, estevas, de tojos e outras plantas à espera do fósforo ou raio que as inflame.

Nas matas para além dos matos crescem novas espécies como acácias, mimosas e particularmente eucaliptos, reduzindo a humidade do ar e dos solos.

Sabe-se como funcionam os lobbies dos madeireiros e das celuloses, e até dos equipamentos dos bombeiros.

Tudo isto é conhecido há muitos anos, data de 1965 um relatório dos Princípios Básicos da Luta Contra Incêndios na Floresta Portuguesa, feita por entendidos na matéria que continua no fundamental actual.

Volta-se sempre ao mesmo: necessário definir uma política florestal, ordenar o território, limpeza e vigilância.

Mais recentemente (2006), foi elaborado um Plano de Defesa da Floresta contra Incêndios que ficou reduzido ao mínimo dado ser "demasiado ambicioso".

Na AR existem relatórios por publicar com anos de atraso.

Iluminados acabaram com os Guardas Florestais e os Guarda Rios, que tinham conhecimentos e provas dadas na vigilância e na prevenção, verdadeiros vigilantes da natureza numa altura em que era necessário aumentar o número. O resultado está à vista.

Foram integrados na GNR para serem mandados por militares que do assunto nada sabem.

Não se entende dado os avisos do IPMA sobre o agravamento do tempo e dos perigos que poderiam ocorrer que tudo ficasse na mesma, mantendo-se só para 1 de Julho a entrada em funcionamento da Fase Charlie, como se o clima respeitasse calendários. Imprevidência e irresponsabilidade.



Saliente-se que este ano, entre 1 de janeiro e 12 de Abril, já tinham ocorrido 2.900 incêndios (em 2016 foram 13.079 com 160 mil hectares ardidos).

Tudo já foi estudado e debatido, como devem ser os aceiros, quantos metros livres de vegetação devem ter as bermas das estradas, a quantos metros das habitações não podem existir vegetação arbórea etc. Quem fiscaliza?

A maioria das verbas vão para o combate ao fogo (90%). Que resta para a limpeza e a vigilância permanente?

Que verbas são destinadas para a formação de meteorologia de incêndios?

A Defesa Civil do Território funciona? Os concelhos têm operacionais os serviços de Protecção Civil?

O fogo ignora os limites concelhios pelo que se ignora se existem planos de defesa contra incêndios a nível regional?

Não deveriam os PDM precisar as áreas florestais implicando a vigilância e tratamento delas e os meios adequados para as defender?

Não fica evidente que a Regionalização faz falta para melhor se elaborar planos para toda a região com maior eficácia na coordenação dos meios existentes?

O debate que a tragédia de perdas de vidas e bens provocou não pode ficar assim, tem de ter desta vez consequências, o Estado tem de recuperar autoridade política e moral para concretizar o ordenamento do território e traçar objectivos para a floresta portuguesa.

Sobre a Mata Nacional das Dunas em tempo oportuno sobre ela falaremos, mas aguardamos o que irão propor as forças políticas concorrentes à autarquia.

AMA
21 DE JUNHO DE 2017





13 junho 2017

OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO (13/6/2017)








Será que tencionam colocar parquímetros para peões?


Os vila-realenses e os nossos visitantes estão a ser maltratados por este executivo com respeito à SUA LIBERDADE DE MOVIMENTAÇÃO E CIRCULAÇÃO EM CERTAS RUAS DO CONCELHO onde, por falta de fiscalização ou por conivência com os abusos, obrigam os transeuntes a andar em fila indiana ou a abrir alas para facilitar a passagem de crianças, carrinhos de bebé, deficientes, pessoas com dificuldades motoras, em cadeira de rodas ou andarilhos.

As ruas são públicas e os cidadãos devem poder andar livremente pelos passeios e não serem constrangidos pela ocupação desordenada como actualmente existe e se agrava em vários lugares do concelho

Tal situação aumenta o perigo de, em caso de alguma calamidade ou acidente como já se verificou, causar sérios prejuízos (ver fotografias tiradas recentemente e outras retiradas do blogue da AMA - organização que há muito denuncia estas situações).

Com este executivo, cujo respeito pelas leis e regulamentos há muito deixou de existir, nada se irá alterar. A sua permanência continuará a prolongar o pesadelo.                                     Está nas mãos dos vila-realenses acabar com o caos no espaço público, com os abusos verificados com a complacência e conivência da Câmara Municipal, proporcionando aos cidadãos prazer em viver e movimentar-se livremente dentro do concelho.

Não será com a continuação da entrega a privados dos parquímetros, das águas e resíduos sólidos, de construções que não respeitam o PDM nem as disposições legais, e de dívida sempre a aumentar que teremos um concelho melhor e ao serviço dos seus habitantes.

Poderíamos acrescentar dezenas de outras fotos que confirmam o que dizemos.








09 junho 2017

06 junho 2017

FOTOGRAFAR PODE SER PERIGOSO 6 de Junho 2017



"Os costumes da casa um dia vão à praça"  

(provérbio popular)

                                                                                                                                                                Na passada 5ª feira, dia 1 de Junho, pelas 11 horas, na Praça Marquês de Pombal, realizavam-se filmagens com pessoas que pareciam figurantes com a presença do duplo presidente da autarquia e da SGU, Srº Luís Gomes
Tal cena despertou a curiosidade de pessoas que se concentraram para assistir ao espectáculo, entre os quais o Srº Aníbal Martins que tirou uma fotografia do "evento".

O Srº Luís Gomes parece não ter apreciado o facto pelo que se dirigindo ao Srº Aníbal Martins acusou-o de o ter fotografado sem sua autorização. Admirado com a atitude  Aníbal Martins respondeu que se sentia assim tão melindrado apagava a foto.                    
Foi então que o Srº Luís Gomes exigiu que lhe entregasse a máquina e perante a recusa, de forma agressiva e violenta usou a força para se apoderar ilegalmente de um objecto que não lhe pertencia, dado não o conseguir tentou então inutilizar o aparelho carregando na objectiva que foi introduzida para o interior da máquina.

Desta bizarra cena podemos retirar algumas ilações. A primeira é que se por acaso na disputa pela posse da máquina de fotografar o Srº Aníbal Martins tem dado um empurrão e o Srº Presidente fosse ao chão ou algo pior seria o agressor a transformar-se em vítima filmada pelo grupo que estava a fazer as filmagens.                                                                                                                                   A segunda é de que a atitude do Srº Presidente talvez tenha sido motivado por o Srº Aníbal Martins ser conhecido como activista da AMA, a qual tem sido publica e verbalmente ofendida pelo Srº Presidente  pelo facto de andar há anos a denunciar e criticar a comprovada gestão ruinosa do autarca.
A terceira seria inimaginável pensar por exemplo ver o Srº Presidente da República ou qualquer outro alto responsável e figura pública do país a exigir que só o poderiam fotografar com sua autorização, o que seria inconstitucional e ilegal.

A quarta, e isso não sabemos, talvez o Srº Luís Gomes estivesse numa filmagem como cantor e tenha "direito de imagem" reservado ou considera que tem. Mas mesmo nesta qualidade seria ridículo ver qualquer cantor pimba a proibir que o fotografassem.
Aliás eram horas de serviço e não estando o Srº Presidente de baixa, de licença ou com o mandato suspenso as filmagens serão certamente para acto publicitário ou propagandístico, pago pelos contribuintes.
A quinta, e para não nos alongarmos neste episódio, e já que se fala de autorizações, a quem teria pedido autorização o Srº Luís Gomes para endividar a autarquia da forma como o fez?

Há situações que qualificam quem as provoca e actos que definem quem os pratica.

AMA

Mensagem de L.Rolla


Os 5 anões e as 2 Brancas de Neve
Em 26 e 27 de maio passados o G7 reuniu em Taormina (Itália). Os sete grandes, com duas mulheres (Merkell e May) encontraram-se mais um ano numa reunião mais uma vez inconclusiva, restando dela só as fotografias dos participantes com sorrisos extralarge, sem que fiquemos a saber de que riem eles…
Ficamos todas as vezes à espera que os 7 líderes mundiais nos deixem com respostas eficazes, à altura das circunstâncias, e cada vez a desilusão é evidente. 
Por outro lado é ilusório pensar que, por exemplo, em temas como o do comércio, possa alcançar-se algo positivo numa reunião que exclui a China.
A saída precipitada de Trump e da Merkell e a sequente saída dos EUA do acordo de Paris (sobre o clima) demonstram pelo menos uma coisa: que já não existe um projecto comum e solidário, que a Europa tem que tomar boa nota e tentar encontrar por si só, a força para enfrentar os desafios que tem à sua frente. Os EUA vão noutra direcção; foi isto que demonstrou a cimeira de Taormina. É um enorme problema, mas talvez seja um bem…

Luigi Rolla
(5.VI.2017)


A família completa: a Branca, a bruxa, o princês e o mais que se vê.

05 junho 2017

DIA MUNDIAL DO AMBIENTE


A AMA saúda o Dia Mundial do Ambiente como meio de continuar o combate pela consciencialização da importância de se  preservar a natureza e o nosso planeta.
Hoje com a decisão do Trump em negar a evidência do aquecimento global e as consequências que todos já sentimos nas alterações climáticas, a que se juntam ganâncias locais de negócios para lucros fáceis e rápidos através da destruição do ambiente, a interrogação do texto abaixo "Para que queremos o ambiente" faz todo o sentido.







Maria Amélia Martins-Loução



Para que queremos o Ambiente?

A sociedade terá de ser cada vez mais responsável e apta a defender os interesses de um meio natural que é de todos e para todos.

5 de Junho de 2017

Hoje é o Dia Mundial do Ambiente. Desde há muito se fala de ambiente, mas qual o seu significado para a grande maioria das pessoas? Ambiente, do latim ambiens (que anda em volta de), é entendido como o conjunto de coisas que nos cercam. Para os biólogos, é tudo o que rodeia e afecta a resposta dos organismos vivos, sejam factores físicos — luz, água, temperatura, solo — sejam outros organismos que coabitam no mesmo espaço e que com eles interajam.

A sociedade interpreta o ambiente de forma egocêntrica, como tudo o que afecta o homem, seja no aspecto físico, luz, calor, frio, seja no conforto, bem-estar e meio social. Isto torna o ambiente como uma externalidade, que pode ser rapidamente perceptível e afectiva, se tiver uma consequência directa na vida do cidadão. Ou ser antes um tema impessoal, com uma noção de risco longínqua, que não afecta o imediato da vida de cada um e é ignorado.

De entre os problemas ligados ao ambiente, há uns com “estatuto” e interesse global, como o caso das alterações climáticas e a poluição atmosférica e marinha. A terra, a ocupação e uso do solo, a biodiversidade, não geram preocupação política, embora o seu estatuto possa vir a ser reconhecido depois do lançamento, em 2018, do relatório final produzido pelo Intergovernmental Science-Policy Platform on Biodiversity and Ecosystem Services. Esta plataforma realça a importância de proteger a biodiversidade, como já tinha sido referido na revisão da Convenção para a Diversidade Biológica em 2011. Desde 2012, a política europeia chama a atenção para a necessidade de se tomarem medidas que impeçam a contínua perda de biodiversidade, especialmente quando está provado que a sua protecção pode contribuir significativamente para a mitigação e adaptação às alterações climáticas.

Um estudo recente publicado na Science, em Outubro de 2016, mostra que se não existirem políticas urgentes e consistentes, a alteração climática vai alterar significativamente e de forma irreversível a paisagem Mediterrânica. Portugal poderia minimizar a aridez do território, que já se faz sentir, com incentivos à reflorestação intensiva com espécies autóctones e de crescimento lento. É tempo de se olhar a “floresta” portuguesa não só como floresta de produção. Mas para isso são necessárias estratégias baseadas no conhecimento dos ecossistemas, da biologia e ecologia das espécies.

Para usar a biodiversidade como estratégia de mitigação das alterações climáticas há que compreender que não são só números ou nomes de espécies que se plantam ou introduzem. Um ecossistema terá de possuir diversidade de características que se complementem, que interagem, assegurando serviços que regulam e estabilizam o ciclo hidrológico, a despoluição da atmosfera e o armazenamento de carbono para compensar as emissões de gases com efeito de estufa. Essas características são dadas pelos microrganismos do solo, pelas plantas e pelos animais que coabitam de forma estável e equilibrada. Se um elo da cadeia falta é uma oportunidade para surgir uma praga, para morrer um animal, para o depauperamento da vegetação. É esta visão holística que deverá estar subjacente a qualquer medida ou estratégia política de reflorestação e que tarda em ser assumida.

Os dados que a Sociedade Portuguesa de Ecologia tem vindo (e vai continuar) a recolher dos sítios LTER (Long Term Ecological Research, www.lterportugal.net) espalhados pelo território nacional e albergando diferentes habitats e microclimas têm permitido o conhecimento científico sobre os ecossistemas, tirando partido da relação com a sociedade envolvente. Nesses locais tem-se estudado, ao longo do tempo, a resposta dos organismos, solo, plantas e animais. A interdisciplinaridade e a modernidade metodológica da abordagem permitem a aquisição de conhecimentos sobre a estrutura dos ecossistemas, a função das espécies, a componente física e humana, incluindo os sistemas sociais e económicos em que se integram. Os dados adquiridos ao longo do tempo vão permitir o desenvolvimento de medidas de gestão, baseadas no modo de interacção entre a natureza, meio físico e biológico, e a sociedade humana. Ou seja, medidas baseadas nos serviços e produtos que os ecossistemas podem trazer ao Homem, gerando sustentabilidade e diversificação económica. São estes conhecimentos que deviam servir de base às futuras políticas de reflorestação, para melhoria significativa da paisagem Mediterrânica, que tanto atrai o turismo.

Isto significa educar os jovens, no modo como olham, tratam e respeitam o ambiente, mas também a sociedade e os decisores e responsáveis políticos, para saberem usar ferramentas e interpretar dados que os investigadores produzem. O lançamento, pelo Ministério do Ambiente, da Estratégia Nacional de Educação Ambiental para o período 2017-2020 merece, pois, ser destacado. Este documento procura enquadrar as políticas ambientais e o compromisso político que o Governo assumiu com a Agenda 2030 das Nações Unidas. As actividades vão privilegiar jovens estudantes mas também a formação a empresários, autarcas, técnicos da administração central e municipal. Esta formação é fundamental ser implementada tendo presente a descentralização dos serviços pelos municípios.

Para que queremos o ambiente? Para nosso conforto e sobrevivência futura. Para isso, a sociedade terá de ser cada vez mais responsável e apta a defender os interesses de um meio natural que é de todos e para todos; e o Estado deverá assegurar as condições que permitam a melhoria da qualidade de vida, individual e colectiva, garantindo os pressupostos básicos de um desenvolvimento sustentado. No fundo, são os princípios básicos da Lei de Bases do Ambiente, lançada há 30 anos.

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Bióloga, professora catedrática da Universidade de Lisboa; presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia