Passou mais um Dia Mundial da Árvore e
da Floresta (21 de Março) neste ano de 2018 no qual arderam centenas de
milhares de hectares devido a factores climáticos mas, principalmente, por
imperdoável incúria humana.
A perda de vidas humanas, de fauna e
flora, e a seca que se verificou no país causaram profunda degradação do
ambiente e da biodiversidade, e os prejuízos materiais e sociais são muito
maiores que os subsídios e apoios que serão dados.
Estes nefastos desastres puseram a nu a
insuficiência dos meios nacionais de combate e socorro existentes, a
inexistência de planos de emergência e prevenção municipais ou evidenciaram
outros ultrapassados ou caducos.
No meio de tanta desgraça um pequeno
consolo, a Árvore Europeia de 2018 é portuguesa.
A Árvore
Europeia de 2018 é um sobreiro “assobiador” português
A árvore
portuguesa venceu a 8.ª edição do concurso europeu, ao qual concorreram 13
países. Mais do que uma árvore bonita, procurava-se uma árvore com história e
ligada à comunidade. E isso o sobreiro português tem.
21 de Março
de 2018
Um sobreiro português foi eleito esta quarta-feira Árvore Europeia de 2018.
O Sobreiro Assobiador da aldeia de Águas de Moura, no concelho de Palmela, foi
distinguido numa competição que envolveu mais 12 árvores de diferentes países
europeus. A distinção foi anunciada ao final da tarde numa cerimónia no Parlamento Europeu, em Bruxelas,
depois de uma votação online que
decorreu em Fevereiro e contou com cerca de 200
mil votos. Em segundo e terceiro lugar ficaram ulmeiros espanhóis e um carvalho
russo, respectivamente.
“Ficámos muito contentes. Acho que é muito importante para a floresta
portuguesa e para o sobreiro, que é o nosso símbolo”, reage à vitória Nuno
Calado, engenheiro florestal e secretário-geral da UNAC – União da Floresta
Mediterrânea, responsável pela participação portuguesa. “Espero que este prémio
alerte para a importância da floresta portuguesa e para os sistemas agro-florestais,
como o sobreiro e o montado, porque são muito importantes para o Sul de
Portugal.” Já o carvalho-comum (Quercus robur) tem cerca de 188
anos e cresceu numa área de protecção ambiental no Oeste da Rússia. “Sob a sua
copa realizaram-se eventos públicos e celebrações”, lê-se no site,
acrescentando-se que esta árvore testemunhou acontecimentos históricos ou que
hoje se organizam flashmobs para se formarem corações à sua
volta.
Estima-se
que a árvore vencedora tenha cerca de 234 anos
ao longo dos anos. Por exemplo, também lhe chamam “casamenteiro”,
porque muitas gerações de apaixonados namoraram sob a sua copa. Nuno Calado
destaca ainda que há uns anos grupos de ciganos casavam e faziam festas na sua
sombra. Agora, mesmo no meio da aldeia de Águas de Moura, tem uns banquinhos e
uma vedação de madeira feita pela Câmara Municipal de Palmela. Por isso, à
tardinha, muitas pessoas sentam-se sob a sua copa a conversar e a usufruir
daquele espaço.
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