Afastado de VRSA por algum tempo por razões médicas não tenho tido tempo e disponibilidade para o blog.
Recomeço com uma observação sobre Lisboa. A cidade choca-me, acho-a cada vez que regresso mais suja e vandalizada, não há um edifício que não tenha uns riscos ou uma bonecada sem sentido ou qualquer beleza; o mesmo se passa com os bancos de jardins, as caixas de electricidade, os sinais de trânsito, o património público, os caixotes do lixo, toneladas de beatas pelo chão etc. A cidade tem um ar degradado e abandalhado, e tudo se aceita, tudo normal, ninguém protesta, parece que até gostamos de viver do sujo e do feio.
Nos arredores da minha casa foi arranjada há pouco a Avenida Duque d´Ávila, com pista ciclista, alargamento dos passeios, plantação de árvores, colocação de bancos, melhorado o jardim do Arco do Cego e pintados muros. Já está tudo vandalizado. As árvores são depósitos de beatas e lixo, os bancos todos com grafittis, o mesmo com os muros do jardim, e este transformado em WC canina. Há tarde juntam-se ali centenas de estudantes universitários, em particular do Técnico, eles e elas a beberem cervejas e outras bebidas alcoólicas, e quando abalam já noite é um espectáculo confrangedor que deixam atrás de si: centenas de copos de plástico e de garrafas espalhadas por toda a parte, líquidos derramados, beatas, papéis, maços de cigarros etc. Nunca vi nada assim e conheço um bocado do mundo. Se este é o civismo dos nossos universitários é coisa para nos deixar preocupados.
No meio desta anarquia realço um pequeno esforço de jovens que tentam contrariar este caos e decoram alguns elementos procurando dar alguma vida e beleza ao quotidiano. Dois exemplos, os que estão mesmo ao pé de casa.
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