21 junho 2011

A MORRER AINDA ESTRAGA

Os famigerados PIN´s (Projectos de Potencial Interesse Nacional), invenção do Manuel Pinho de má memória, cujo objectivo é abrir caminho rapidamente ao betão especulativo e depredador sobre dunas, sapais, reservas agrícolas e naturais, paisagens protegidos etc., violando as leis existentes com o argumento de possibilitar investimentos criadores de riqueza e postos de trabalho.
Depois de criada a legislação PIN a mesma tem vindo a ser alterada, sempre com o sentido de facilitar ainda mais o ataque à natureza e ao património.
Em 2008 foi reduzido o montante mínimo para um projecto ser PIN para 25 milhões de euros e exigência de pelo menos 100 postos de trabalho. Agora, já moribundo, considerou este desgraçado governo que tais exigências eram uma indignidade para quem tem pressa de destruir o que levou milhões de anos a criar.
A partir de agora basta 10 milhões e 50 empregos para passar sobre tudo e ter o seu PIN.
Quem protesta?
Veja-se o que se está a passar em Faro com projectos que visam invadir a campina de Faro, considerada dos melhores solos agrícolas do país e da Reserva Agrícola Nacional.
Com a crise já dentro de casa e com um défice alimentar de 70% continuamos a destruir do melhor terreno agrícola, comprometendo o futuro das novas gerações.
Quando era rapaz o mercado de VRSA era abastecido pelas hortas, zona cujo nome permanece e explica a sua origem. Até havia à entrada da então vila a Casinha do Consumo, local onde se pagava a portagem das mercadorias a vender no mercado. Agora quase tudo é importado, assassinamos a nossa agricultura.
Cantava então a Maria Clara uns versos mais ou menos assim:
no Algarve vai a Faro,
hortas ricas bem cuidadas,
montanheiras engraçadas,
no Algarve vai a Faro etc.
Agora vai ao Jumbo comprar laranjas de Espanha, meloas de França, uvas do Chile etc.
Vivam os PIN(otes)!

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