Em Abril, a propósito do Dia da Terra, neste blogue falamos das nossas preocupações em relação à Mata de VRSA. Criticamos o facto de não ser limpa e o perigo que isso gera, o abandono a que tem sido votada, a inexistência de meios para a sua renovação, manutenção e vigilância.
Apelámos para que a Câmara e o INCB em lugar de se criticarem mutuamente pela situação acima referida, tentassem conjugar esforços junto do Governo para a necessidade de verbas a fim de melhorar as péssimas condições em que a Mata se encontra, a qual é um inestimável património ambiental, paisagístico e económico insubstituível do nosso concelho.
Lamentámos que se gastasse dinheiro em tanta coisa sem interesse e ganhos visíveis para a população, mas não existirem verbas para tratar e vigiar a Mata.
Hoje, ao verificar-se mais um ataque à Mata de VRSA que, tudo o indica, trata-se de tentativa de a incendiar, pois foram ateados focos em simultâneo em vários locais, os factos vieram dar-nos infelizmente razão.
Não é difícil imaginar quais os interesses por detrás de tais actos, o apetite por especular com betão uma zona tão aprazível, possivelmente estimulados por tantos planos e projectos que de uma forma ou de outra tinham partes da Mata como cenário. Mesmo mal tratada e mal amada a Mata é fonte de cobiça de interesses especulativos que os colocam acima dos interesses do concelho. Esperamos que as autoridades descubram rapidamente o ou os autores deste acto criminoso.
Face a esta situação espera-se que a Câmara e o INCB afirmem publicamente e de forma clara que não aceitam factos consumados, que toda a área ardida será prontamente replantada e que irão tomar medidas imediatas para garantir a vigilância e a protecção da Mata. Gostaríamos de ouvir posição semelhante das organizações políticas e sociais do Concelho. Lamentamos por isso que a primeira reacção da Câmara ao sucedido seja o alijar de responsabilidades, e o regresso ao pingue-pongue entre a Câmara e o INCB sobre a situação lamentável em que se encontra a Mata Nacional das Dunas. As duas entidades são responsáveis e têm o dever de se entender para salvaguardar uma das mais -valias do Concelho de VRSA.
AMA, VRSA, 30 de Junho de 2011
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