23 julho 2012

INCÊNDIOS


Os incêndios que estiveram a consumir nos últimos dias vastas áreas da serra algarvia, e ainda não totalmente dominados, ceifando vidas e matando animais, destruindo casas, bens, culturas e arvoredo, e liquidando uma economia rural pobre e, em muitos casos, de sobrevivência, são também um retrato angustiante do país.
Quando as desgraças nos tombam sobre as cabeças ficamos sempre com a sensação de que alguma coisa falhou, que houve negligência ou incompetência, que os meios não eram os suficientes, que a descoordenação era muita e, designadamente, que os actores não estavam preparados e à altura da tragédia.
Vi na televisão Presidentes de câmara às aranhas, sem saber o que fazer, desorientados, mal informados e incapazes de tomar as coisas em mão. E perguntava-me, mas não são os presidentes camarários os Presidentes dos Serviços Municipais de Protecção Civil !?
Não são esses serviços os organismos que devem conhecer e dominar os meios existentes no concelho, terem o levantamento do território, o planeamento adequado e treinado para as diversas calamidades que possam ocorrer.
Não existe uma instalação preparada, um posto de comando, onde se concentrem meios adequados de comunicação para colocar em acção as forças necessárias à ocorrência?
Estamos endividados e gastámos muitos milhares de milhões em coisas que não seriam as mais necessárias ao país, mas nunca temos os meios aéreos necessários para combater fogos, ou os helicópteros em número suficiente para ocorrer a emergências e salvar vidas (agora até querem retirar do Algarve o único que existe). Ou faltam ambulâncias, ou os polícias não têm pistolas ou coletes protectores, ou as viaturas estão paradas por falta de dinheiro para a sua manutenção, ou faltam radares para fiscalizar as nossas costas, ou os postos de saúde estão insuficientemente equipados, ou as escolas não são aquecidas e por aí fora.
Mas temos dois novos submarinos e os presidentes grandes bombas para andarem velozes no alcatrão. Uma velhota algarvia resumiu bem a situação ao dizer: obrigado senhor Paulo Portas pelos dois submarinos que foram bastante úteis para apagar os fogos.
Hoje, ao passar na nossa Mata, olhando para o seu interior, constata-se que há centenas de quilos de pinhas por todo o lado. Se fossem apanhadas dariam algum dinheiro e deixariam de ser um potencial archote em caso de incêndio. Não seria melhor deixar que fossem apanhadas de forma controlada por pessoas que depois as venderiam e teriam algum lucro pelo trabalho de limparem a Mata?



3 comentários:

  1. ó meu amigo, é tudo verdade o que diz,a minha opinião sobre tanto fogo deve-se a que cada vez mais a sede imobiliária não tem limites,(não quer dizer que seja em todos os casos)mas como já nao há subsolo para construir que é aquilo dá o "grão" e os luxos,... em algum lado já tem que ir pensando entrar e depois são todos uns santinhos que andaram na igreja versus revolução cubana...

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  2. As desgraças de muitos servem sempre para a propaganda de políticos oportunistas.
    Quase todos os anos há incêndios, que causam grandes prejuízos.
    No final dos incêndios fala-se sempre na falta de coordenação.
    No concelho temos uma equipa de protecção civil, coordenada pelo presidente da câmara, o Luís Gomes e com profissionais a tempo inteiro.
    Onde está a protecção, onde está a organização, acho que é uma vergonha andar a pedir água e leite à população, quando numa festarola qualquer gasta-se muito mais do que seria necessário para providenciar alimentos aqueles que combatem os fogos com o risco da própria vida.
    Num dos dias de combate aos incêndios, houve bombeiros vilarealenses, que tiveram como almoço às 18 horas um paposeco com uma bifana dentro, tenha vergonha sr. presidente Luís Gomes.
    A Maya e a sua corte que têm comido à nossa conta nos Verões anteriores iam comer ao Sem Espinhas e similares, para esses sim, que bastava um galão e uma sandes, pois é isso que comem em Lisboa quando pagam do bolso deles.
    Chega de demagogia com as desgraças alheia, sejam competentes e façam o vosso trabalho como deve ser, se não são capazes deixem o lugar.

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  3. PREVENÇÃO
    No Norte uma Câmara contratou um grupo de jovens que foram colocados nos pontos mais altos das elevações/montes/serras e que munidos de binóculos e telemóveis, comunicavam qualquer sinal de incêndio.
    O resultado foi excelente e económico.
    Em Vila Real de Santo António, seria económico fazer o mesmo.
    A Câmara em conjunto com outras entidades facilmente poderia fazer o mesmo, pois tendo o farol como ponto de observação, não sendo viável esta solução por questões de segurança, poderia utilizar-se o terraço do edifício mais alto de Monte Gordo e a Praia Verde que está num ponto elevado, evitaria que tivessem que andar de viatura pela mata.
    Bastaria que esta medida fosse tomada durante o Verão
    A Protecção Civil asseguraria a coordenação desta actividade.

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