Consideramos que uma auditoria deverá ser feita para esclarecer como é que a dívida de um concelho pequeno em área e população atingiu tais níveis exorbitantes. Esta gestão autárquica deverá ser estudada, é um caso raro senão único de esbanjamento de recursos e de megalomania.
A Democracia não se pode resumir a constatar tal facto, deve agir para apurar responsabilidades.
A fechar recordamos um facto bizarro. O Srº Luís Gomes, agastado com as denúncias feitas pela AMA apresentou uma "moção de solidariedade com ele próprio" que colocou à aprovação da Câmara, tendo o PS se abstido e a CDU votado contra.
O Movimento AMA enviou, nos fins de Abril, uma carta aos deputados
municipais tendo em conta que a
Assembleia Municipal (AM) é o órgão fiscalizador da Câmara Municipal, na qual
expressava a sua apreensão sobre várias obras feitas ou em fase de construção
que, no seu entender, violam o Plano Director Municipal (PDM).
Esta posição da AMA depois tornada pública, realizada no 40º aniversário
do 25 de Abril que possibilitou a instituição do Poder Local Democrático (PLD),
é o exercício de um direito democrático e constitucional consignado,
designadamente, nos Artº 48 e 109 da Constituição da República.
Todos, sem excepção, eleitos e eleitores, temos o dever de cumprir as
regras democráticas com honestidade ao serviço da causa pública, e o direito de
contribuir para uma sociedade mais justa, mais transparente, menos desigual e
menos corrupta.
Foi pois com surpresa nossa que no dia 27 de Abril o Srº Luís Gomes
apresentou em reunião de câmara uma "Moção de Solidariedade" a si
próprio, de cinco páginas, sobre a carta enviada pela AMA à AM, que veio a ser
aprovada em reunião de Câmara de 14 de Maio, com os votos do PSD, abstenção do
PS e voto contra da CDU.
Entretanto a referida moção passou também pela AM, não tendo sido
discutida por ter sido entregue fora do prazo regimental necessário.
Constatou-se que vários membros da AM desconheciam a carta em questão apesar da
mesma ter sido entregue atempadamente nos serviços municipais.
Na reunião da AM o Srº Luís Gomes evitando esclarecer a AM sobre os
pontos concretos contidos na carta, e secundado por eleitos do seu partido,
recorreu, mais uma vez, a ofensas e insinuações sobre elementos da AMA, numa
atitude e linguagem imprópria de um presidente municipal. Não terá da nossa
parte troco, recusamos esse tipo de peixeirada.
Constatamos que em relação aos factos por nós denunciados eles não
foram refutados ou desmentidos, e todo o teor da "Moção de Solidariedade"
consigo próprio está centrada na questão do Parque de Campismo de Monte Gordo
(PCMG)e na zona do Complexo Desportivo (CD) de VRSA, tentando desviar a atenção
quer da propriedade do solo do PCMG quer do estipulado no PDM quanto ao uso do
solo no CD.
Para tornear as nossa denúncias sem lhes responder invocou o Srº Luís
Gomes o passado para cobrir as sua obras recentes, metendo no mesmo saco o PS e
a CDU, dando-lhes o braço para parecer que estamos nós contra tudo e contra
todos, e assim "mostrar" que não está isolado.
A AMA não tem o hábito de café de mandar bocas e fazer acusações não
fundamentadas.
Por isso reafirmamos que o Srº Luís Gomes, Presidente da Câmara e da
SGU, tentou vender os terrenos do PCMG, basta consultar a Acta da reunião camarária
nº2/2012, ou o Edital camarário de Outubro de 2011, não se tendo concretizado a
venda por as propostas apresentadas não atingirem as verbas pretendidas.
O Plano de Pormenor de Monte Gordo Nascente é outra prova do que
afirmamos, muito bem desenhado e a
várias cores clarifica que o objectivo é construir no terreno do PCMG um
empreendimento de luxo. Recordamos que o DL 41311, publicado no Diário do
Governo de 8 de Outubro de 1957 (ainda no tempo da outra senhora), estabelece
que o terreno é cedido para a construção do PCMG, e quando este terminar o
terreno reverte para o Estado e não foi uma escritura por usucapião feita no
Porto afirmando que aquele terreno sempre foi camarário que altera a verdade.
Pode o Srº Luís Gomes não quere reconhecer legitimidade à AMA, mas
temos toda a legitimidade democrática, legal e constitucional para, como
cidadãos livres nos pronunciarmos sobre o que consideramos errado e ilegal, por
mais que isso o incomode.
Pode acusar-nos de não termos experiência de gestão do território, mas
recusamos a sua experiência que deixou arruinada e endividada a autarquia até
ao tutano, sobrecarregando os munícipes com taxas máximas para pagar
megalomanias.
Pode o Srº Luís Gomes acusar-nos de sermos contra o desenvolvimento
concelhio, o interesse público e outras
ridículas coisas, para tentar voltar as pessoas contra nós, mas quem
está a comprometer o futuro com a asfixia financeira e os juros da dívida é o
acusador.
Finalmente uma palavra para repudiar a atitude da "Moção"
contra a Quercus, uma organização prestigiada nacional e internacionalmente,
que se tem batido em Portugal e no Mundo na defesa e preservação ambiental. A
Quercus saberá tomar a posição mais conveniente e terá sempre o nosso apoio,
apreço e amizade.
VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO, 19 DE MAIO DE 2014
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